Ingestão de chumbinho pode ter causado a morte de menina envenenada na Baixada
O delegado Vinícius Ferreira Domingos, titular da 64ª DP (São João de Meriti) e responsável pela investigação da morte da estudante Lorrana Madalena da Luz Manoel, de 14 anos, informou que foram encontrados fragmentos de carbamato, mais conhecido como chumbinho, no estomâgo da menina. A informação, segundo o delegado, está no boletim de atendimento médico da Unidade de Saúde do Jardim Íris, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, para onde Lorrana foi levada pela família na madrugada da última terça-feira.
A menina foi levada para a unidade de saúde com sintomas de intoxição. Os médicos a submeteram a uma lavagem estomacal. Nesse procedimento, encontraram fragmentos do veneno que é usado para matar ratos. O laudo já está com a polícia.
Também na manhã desta sexta-feira, o delegado disse que encaminhou ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), no Centro do Rio, amostras de sanduíches e molhos recolhidos na barraquinha de sanduíches da família de Lorrana para uma perícia. Os agentes querem saber se nos produtos há algum tipo de contaminação que pode ter causado a morte da menina.
Nesta manhã, os investigadores aguardam a presença de uma amiga da jovem para prestar esclarecimentos. Ela poderá esclarecer algumas dúvidas da Polícia Civil.
— Nenhuma linha de investigação está descartada. Trabalhamos com várias frentes de apuração. O que pode se dizer é que houve um envenenamento — garantiu o delegado Vinícius Domingos.
Por volta das 11h15 o corpo de Lorrana Madalena da Luz Manoel, de 14 anos, chegou ao Cemitério Tanque do Anil, no bairro Parque Beira-Mar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense para ser velado. Alguns parentes passaram mal durante o velório da menina. O sepultamento está previsto para as 14h30.
Ao chegar na capela onde a adolescente está sendo velada, a vendedora Gisele José da Luz, de 32 anos, mãe de Lorrana, se desesperou e gritou pedindo que a filha.
— Pelo amor de Deus, levanta daí — gritava a mulher que chegou a desmaiar no local.
A menina morreu na UPA do Jardim Íris, em São João do Meriti, na madrugada da última terça-feira, após chupar uma bala dentro de um trem da Supervia, segundo informou a vendedora Gisele José da Luz, de 32 anos, mãe de Lorrana.
Polícia vai intimar testemunha para obter detalhes da vida da menina
Investigadores da 64ª DP fazem diligências para intimar uma testemunha no caso da morte de Lorrana. Segundo a Polícia Civil, a pessoa poderá dar mais detalhes da vida da menina.
Os agentes querem saber a quantidade de veneno ministrado no corpo da adolescente e saber se ela foi envenenada por alguém ou se foi um acidente ao comer um lanche.
— Queremos saber se ela foi envenenada ou se a substância tóxica caiu no lanche — disse o delegado Vinícius Domingos.
Ao saber que a filha morreu por ingestão de veneno de rato, o autônomo Luciano da Silva Manoel, de 37 anos, ainda não entendia o que aconteceu com a filha mais velha. O homem só pediu investigação sobre as circunstâncias do envenenamento.
— Eu não tenho mais nada para falar. Agora, só quero saber quem deu isso para ela. Espero que a polícia dê uma explicação — disse Luciano.
O pai contou que a polícia esteve no local do lanche da tia e na casa da estudante.
— Queremos uma resposta. Como foi que ela ingeriu e quem deu. Agora, é deixar a polícia trabalhar e desvendar o que realmente aconteceu — disse o homem. — Esse é um momento que ninguém quer passar.
Segundo ele, era quase certo que a filha tinha sido morta por veneno de rato.
— Pelo jeito que eu vi a minha filha, a questão do chumbinho era certa. Só esperávamos a confirmação da polícia.
O pai negou que a menina estivesse namorando ou estivesse saindo com alguém.
— Eu estou buscando saber se ela estava namorando. Mas, ela não comentou nada sobre. Mas, entendemos que os filhos não comentam certas coisas com a gente.