Joana abandona ‘lado chiclete’ e cria cartilha para ver Belfort virar leão
A família Belfort faz o estilo comercial de margarina. Bonitos e bem sucedidos, Joana e Vitor fazem tudo juntos e não se desgrudam nem por minuto. Mas a rotina se transforma na semana que antecede as lutas do atleta. É quando ela abandona o ‘lado chiclete’ e segue à risca uma cartilha para vê-lo se transformar em um leão.
Além de serem casados há 15 anos e de terem três filhos, eles ainda trabalham juntos. Joana é empresária e responsável por administrar a carreira do lutador. Com tanto tempo de convivência, ela aprendeu que nos últimos dias antes de uma luta é preciso se afastar para respeitar o momento de concentração do atleta.
Ela conta que à medida que o duelo vai se aproximando, Vitor se transforma. Entra em um estado individual de foco e busca o instinto do lutador que há dentro de si. Fica calado e se fecha em seu mundo.
“Ele vai virando o leão e deixa de ser o cordeirinho. Vai virando o lutador. Fica calado, às vezes anda pela casa dando socos. E as crianças já estão começando a entender isso. Ele é muito carinhoso no dia a dia. Antes da luta, se ele é 200% carinhoso, passa a ser 70%”, disse ela que dessa vez deixou os filhos na Flórida, nos Estados Unidos, onde moram, porque eles já estão em uma idade em que não podem perder aula com frequência.
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Por isso, Joana sabe que o momento é de se afastar. Passa praticamente uma semana sem vê-lo ou falar com ele. Ela evita até as conversas por telefone ou aplicativos de mensagem. Só se aproxima se ele solicitá-la.
Na semana do UFC São Paulo, por exemplo, o casal chegou à cidade na segunda-feira. Joana ficou hospedada na casa da família, enquanto Vitor se concentrou em um hotel. Ela só o viu quando ele a convidou para jogar baralho no hotel em um momento de distração e depois da pesagem no backstage. No dia da luta, Joana e Vitor não conversaram nem para desejar boa sorte.
“É o momento dele. Por isso eu acho que nem toda mulher está preparada, faz parte do trabalho eu entender e respeitar o momento dele. Não é fácil porque a gente faz tudo junto sempre. Eu trabalho com ele, as crianças estão sempre junto com a gente, é tudo junto. Então é um momento sofrido, mas tem que entender. E depois da luta volta tudo ao normal como era, e depois volta a esse momento de novo. E assim vai…”.
De fato, Joana já se acostumou com a vida de ser mulher de lutador. Prova disso é que ela não sofre com ansiedade e tem uma rotina normal no dia da luta. No último sábado, antes do confronto contra Dan Henderson, ela saiu para almoçar e passou o dia com a família. Chegou ao evento por volta de 22h, atendeu a imprensa e foi para a sala Vip do UFC onde assistiu ao card preliminar com duas amigas.
Joana entrou na arena pouco antes de começar o card principal e torceu pelos lutadores brasileiros na disputa. Só esboçou reação diferente quando Vitor apareceu no telão já se encaminhando para o octógono. Ela levantou os braços, fez uma oração como se abençoasse o marido e fez coro com a torcida que gritava ‘Vitor, Vitor’. Até imitou umas palavras proferidas por Bruce Buffer.
Ela diz que não assiste à luta com olhar de esposa, mas sim com um olhar clínico. Analisa a técnica e a estratégia usada por Vitor e vê se ele está colocando em prática o que foi treinado. E grita, orientando o que ele deve fazer. E foi assim. No começo da luta, ela permaneceu quieta observando o confronto até que gritou passando alguma instrução para o atleta. Quase que no mesmo momento, Vitor já partiu para cima de Henderson derrubando o adversário para nocauteá-lo. Joana já pulava na primeira fila e rapidamente subiu no octógono para comemorar com um beijo a vitória do marido e pôr fim à semana puxada que teve.