Jornalista gay é ameaçado de morte: “já anotei todos T-O-D-O-S os seus horários, e irei descarregar o meu 38 em ti”
Fernando Oliveira, jornalista e apresentador que escreve para jornais como Folha de S. Paulo e participa do programa “Mulheres” da TV Gazeta, usou as redes sociais para denunciar que sofreu ameaça de morte por conta de homofobia.
Fefito, como também é conhecido na imprensa, divulgou um e-mail com o seguinte texto: “VIADO, ABERRAÇÃO, SAFADO, PILANTRA, DOENTE MENTAL OU apenas ‘fernando’ eu já anotei todos T-O-D-O-S os seus horários, e irie descarregar o meu 38 em ti”, dizia o texto (ipsis literis).
“Odeio viados, são promíscuos e um poço de aids. Não adianta fugir ou se esconder (muito menos abrir b.o) eu sou inimputável e irei fazer esse ato sancto”, segue a mensagem. Ao que o jornalista comenta: “Não existe homofobia no Brasil. Olha que e-mail lindo eu acabei de receber. Uma bela ameaça de morte”.
No Facebook, Fernando fez um longo desabafo sobre a homofobia. “Hoje fui ameaçado de morte. Alguém me mandou um e-mail dizendo que sabe de todos os meus horários, que vai descarregar um 38 em mim por um único e simples fato: eu sou gay”, começou.
“A sensação de ler um ataque tão cruel é de dormência. De querer acreditar que a vida não tá mesmo em risco e vai seguir acontecendo. Que tudo é pegadinha. Mas aí eu lembro que não era pegadinha apanhar no colégio por ser afeminado. Não era pegadinha ter fotos suas espalhadas com ‘viado’ escrito na testa e batom passado na boca. Não era pegadinha acordar com medo de apanhar. Não era pegadinha ter de fugir de gente me perseguindo na rua. Não é pegadinha o Brasil ser o país que mais mata LGBTs em todo mundo. Não é pegadinha a expectativa de vida das mulheres trans ser de 35 anos. Não é pegadinha. É nossa vida. Nossa realidade. Todo dia. Toda hora”, desabafou.
Ele não informou, no entanto, se prestará queixa da ameaça sofrida.