Jovem morto em lan house em Águas Claras é sepultado; moradores fazem protesto pedindo mais segurança

Segundo familiares, Samuel não tinha envolvimento com o tráfico de drogas, mas foi morto por disputas entre traficantes

Cerca de 200 pessoas lotaram o Cemitério Municipal de Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, para se despedir de Samuel Felipe Pereira, 21 anos, morto na tarde deste domingo (31) dentro de uma lan house, em Águas Claras. Após o enterro, amigos e familiares se reuniram, na tarde desta terça-feira (2), no fim de linha do bairro, que fica em frente ao local do crime. Eles fizeram uma oração e pediram justiça.

O clima no sepultamento era de comoção. Algumas pessoas foram vestidas com uma camisa com a imagem do jovem e a frase: “o espírito do Senhor Jeová está sobre mim”. A lembrança foi uma homenagem feita por fiéis da igreja Assembleia de Deus, instituição que Samuel Felipe frequentava e onde fez o batismo há 20 dias.

Emocionados, os colegas do rapaz levaram faixas e cartazes e pediram por justiça. “Felipe era uma pessoa maravilhosa. Ele era amigo de todo mundo. Só tenho bons momentos para lembrar. O pessoal da igreja resolveu fazer essa camisa e vamos fazer uma oração pedindo justiça”, afirmou uma mulher que pediu para não ser identificada.

Ontem, a mãe do jovem comentou o caso. “Eu sinto muita dor, não sei como vai ser de agora em diante. Tudo o que ele fazia era por mim e pelos irmãos”, contou.

Samuel estava dentro de uma lan house quando foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta preta. Um deles desceu do veículo, entrou no estabelecimento e atirou no jovem. Em seguida, a dupla fugiu. Segundo os familiares, o jovem não tinha envolvimento com o tráfico de drogas, mas foi morto por conta de conflitos entre grupos de traficantes rivais.

Moradores contaram que quando os bandidos invadem o bairro e não encontram um rival, matam um inocente. Na manhã desta terça-feira, o adolescente Franklin Silva Santos, 17, foi morto na porta de uma escola na Rua Lourival Costa. Testemunhas disseram que o assassinato tem relação com a morte de Samuel Felipe. A polícia ainda não confirmou a ligação.

O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoal (DHPP). A assessoria da Polícia Civil informou que os suspeitos de matar Samuel Felipe foram identificados, mas ainda não foram presos. Os nomes não foram divulgados, mas, segundo os moradores, um dos homens é conhecido como Cachinho Silva, o Caverna – que efetuou os disparos – e o outro seria Neto Seaway.