Jovem que estava desaparecida presta depoimento e volta pra casa
Para a família, a jovem informou que estava amarrada em um galpão com o rosto coberto. Porém para a polícia ela confessou que estava na companhia de um homem, por livre e espontânea vontade, em outra cidade.
A adolescente Daniele de Carvalho Santos, de 16 anos, que estava desaparecida desde o último sábado (26), foi encontrada na manhã desta quarta-feira (30) no conjunto Feira X, em Feira de Santana. De acordo com a tia da jovem, Deilma Conceição de Carvalho, ela foi encontrada com a mesma roupa que saiu de casa no sábado. Para a família, a jovem informou que estava amarrada em um galpão com o rosto coberto. Porém para a polícia, ela confessou que estava na companhia de um homem, por livre e espontânea vontade, em outra cidade.
De acordo com o coordenador regional de polícia, delegado João Rodrigo Uzzum, logo após o sumiço da garota, a polícia passou a investigar o caso e entendeu que ela não estava morta e que o namorado, apontado pela polícia como suspeito, talvez não tivesse relação com o sumiço.
“Um trabalho de inteligência nos revelou que a jovem teria se encontrado no sábado com uma pessoa aqui em Feira. Esse homem seria de Salvador e eles teriam ido para a região de Lauro de Freitas. Já estávamos fazendo o levantamento dos endereços que ela poderia estar e hoje ela apareceu aqui em Feira e foi levada para a policlínica do Feira X. Chegando lá ela apresentou uma versão fantasiosa, tendo em vista que não se encaixava no contexto da investigação. Passamos a interrogá-la e ela confessou que não houve delito e que, de livre e espontânea vontade, resolveu acompanhar esse homem que conheceu através de uma rede social”, relatou.
Ainda conforme o delegado, Daniele disse que passou todos esses dias em outra cidade, que não soube precisar exatamente qual era, mas que a polícia desconfia que seja na região de Lauro de Freitas. A identidade do homem que estava em companhia de Daniele não foi divulgada para não atrapalhar nas investigações.
“Estamos investigando se a versão de que ela estava presa e encapuzada surgiu da cabeça dela ou se ela foi orientada por alguém. A situação física dela não se enquadra nessa narração feita por ela. Um indivíduo que passa dias em cativeiro amarrado apresenta sinais, o que não ocorreu com ela”, pontuou o delegado Uzzum.
Alexandre dos Santos Costa, namorado de Daniele e apontado pela família como suspeito pelo desaparecimento da jovem, confirmou que teve uma briga com ela e que chegou a fazer ameaças, mas afirma que não tem participação no desaparecimento.
“A gente namorava há dois anos e três meses. A gente brigou no sábado e eu cheguei a ameaçar ela, pois estava de cabeça quente. Ela tinha falado comigo pelo celular que ia sumir e eu não ia mais ver a cara dela. Quando foi a noite ela disse pra família que ia pra uma vigília com uma amiga e não retornou. Na manhã seguinte a família dela esteve na minha casa junto com um policial para ver se ela estava lá, eu ainda ajudei a procurar, pois sou inocente. Me trouxeram para a delegacia, passei dois dias aqui e depois eles me liberaram, pois viram que eu não tinha culpa”, disse.
Telma Conceição de Carvalho, mãe de Daniele, após saber da mentira da filha, disse que ficou triste com a situação, mas aliviada por saber que a jovem está viva. “Isso é coisa de adolescente. Como eu ia imaginar que ela poderia fazer isso? Ela ainda não conversou comigo. Estou triste, mas graças a Deus ela está bem”, disse.