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1 October 2024

Lava Jato no Rio prende operador do ‘doleiro dos doleiros’

A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu, nesta terça, 9, o operador Mário Libman, ligado ao ‘doleiro dos doleiros’, Dario Messer. Seu filho, Rafael Libman, ainda é procurado. Trata-se de mais uma fase da Operação Câmbio, desligo. Na mira dos investigadores, estão a suposta lavagem de dinheiro por pai e filho, em benefício de Messer. Somente Rafael tem 18 apartamentos de luxo, segundo o Ministério Público Federal.

A Câmbio, desligo foi deflagrada em 3 de maio de 2018 contra um grandioso esquema de movimentação de recursos ilícitos no Brasil e no exterior por meio de operações dólar-cabo, entregas de dinheiro em espécie, pagamentos de boletos e compra e venda de cheques de comércio. A delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, resultou na operação. A ação tinha como principal alvo Dario Messer, apontado como controlador de um banco em Antígua e Barbuda. Ele era citado pelas delações de Juca e Tony.

Na etapa desta terça, 9, o Ministério Público afirma que “pretende identificar os atos de ocultação de capital operados por Dario com o auxílio de Mario Libman e seu filho Rafael Libman, genro de Messer, à época”.

Segundo o juiz federal Marcelo Bretas, na decisão que determinou a cautelar, “a filha de Messer, Denise, era casada com Rafael Libman, sendo Mario Libman pai desse”. “Outrossim, consoante a contabilidade do já citado sistema ST, Mario Libman recebeu aportes no montante de R$ 31.834.654,00, entre os anos de 2011 a 2016, provenientes das contas Matriz e Cagarras, tendo o MPF acostado os extratos das contas listadas”.

De acordo com o magistrado, “Mario Libman, aparentemente, estava responsável pela reforma da casa de Dario Messer”. “Tal fato foi confirmado pelo depoimento de Elsa secretária particular de Messer.”

A decisão que impõe a prisão a Libman revela que “a fim de ratificar tal depoimento bem como a sua tese de lavagem de dinheiro, o órgão ministerial acostou as mensagens eletrônicas obtidas com a medida cautelar de afastamento dos dados telemáticos, nas quais é possível inferir que as notas fiscais da reforma do apartamento eram emitidas em nome de Mario, por determinação de Messer”.

“Além de tais notas fiscais em nome de Mario, o MPF juntou outras de compras destinadas à cobertura de Messer com nome de comprador de Eduardo Loureiro, o qual vem a ser funcionário de empresa pertencente ao Mario Libman, segundo Relatório ASSAP n° 160/2019?, anota Bretas.

A Procuradoria, segundo o juiz, “assinala que foram adquiridos imóveis no Rio de Janeiro e em São Paulo por Rafael Libman e Denise Messer, com pagamento em espécie diretamente das contas de Dario”.