Livraria físicas perdem espaço para livros digitais na pandemia
A crise financeira assolada durante o período de pandemia da Covid-19 forçou duas das maiores livrarias de Salvador encerrar suas atividades. Em 2020, a Livraria Saraiva fechou às portas nos shoppings Barra, Paralela, da Bahia e Salvador. No início deste mês de julho, foi a vez da Livraria Cultura, que funcionava desde 2010 no 2º piso do Shopping Salvador.
Outra variante determinante para o fechamento das livrarias físicas foi a venda de livros digitais, que deu um salto em 2020, segundo a pesquisa anual publicada pela consultoria Nielsen, em parceria com a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
De acordo com o levantamento, foram comprados 83% mais e-books em 2020 do que em 2019, um aumento de 4,6 milhões para 8,4 milhões de unidades vendidas.
Ainda conforme a publicação, o crescimento em volume de exemplares vendidos é mais expressivo que o do faturamento do mercado de livros digitais, que subiu 36%. Esse número, já reajustado pela inflação, contabiliza além dos e-books as vendas de audiolivros e em plataformas, como bibliotecas virtuais e serviços de assinatura.
A pesquisa também mostrou que a participação das livrarias virtuais cresceu 84% na receita das editoras, na venda de exemplares físicos, enquanto as lojas de rua e shoppings, mais afetadas pela pandemia, tiveram uma queda de 32%.
Vendas de Varejo
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou, na última quarta-feira (7), os resultados da sua Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) relativos às vendas de varejo do mês de maio.
De acordo com a pesquisa, o volume de vendas do varejo nacional cresceu 1,4% atingindo sua segunda alta consecutiva. Ao comparar com maio de 2020, um dos piores meses da pandemia para o comércio, o crescimento é de 16%. No acumulado do ano, o crescimento é de 6,8% e nos últimos 12 meses, o comércio varejista apresenta variação positiva de 5,4%.
Quando confrontados com os números de maio de 2020, o crescimento do setor é de 59,4%. No acumulado do ano, no entanto, o segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria apresenta variação negativa de 27,3%.
Na análise do IBGE, o comportamento desta atividade vem sendo influenciado pela contínua substituição dos produtos impressos pelo meio eletrônico e redução de lojas físicas.