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20 September 2024

Mais de 50% dos motoristas por app de Salvador e RMS aderem à paralisação, estima sindicato

Presidente da organização, o vereador Átila do Congo, promete abrir CPI para apurar “situações abusivas das plataformas.

Foto: Reprodução/Rovena Rosa/Agência Brasil

Cerca de 40 mil motoristas estão cadastrados em plataformas de viagem em Salvador e Região Metropolitana (RMS) e, destes, a estimativa é que mais de 50% aderiram à paralisação convocada para esta segunda-feira (15), quando parte dos trabalhadores permaneceu em casa e sem acessar os respectivos aplicativos.

 

O balanço foi feito ao Portal M! pelo Sindicato dos Motoristas de Aplicativo, Condutores de Cooperativas e Trabalhadores Terceirizados da Bahia (Simactter-BA). A organização também destacou que um pequeno grupo de motoristas decidiu, de forma isolada, se reunir no Aeroporto Internacional de Salvador para se manifestar.

 

Para o sindicato, por ter sido um movimento de alcance nacional, o saldo foi positivo. De acordo com a entidade, o impacto em Salvador e RMS foi considerável, pois eles receberam diversos relatos sobre a falta de motoristas nas ruas, o alto preço das corridas e a demora que os usuários relataram para encontrar transporte.

 

Procurada pela reportagem do Portal M!, a assessoria do Simactter-BA confirmou a razão da paralisação e explicou a necessidade de reajuste do repasse aos motoristas. “Em 2017 as plataformas pagavam, em média, R$ 2,50 por quilômetro rodado. Hoje tem corridas que não chegam a R$ 1,00. Nesse mesmo período de 2017, o máximo descontado era 25%, mas hoje chega até 60%, sendo que aumentaram os valores de combustível, carro e afins. Está quase insustentável rodar com esses valores”, explicou o Sindicato.

 

Como reflexo da manifestação, o Simactter-BA destacou que o seu presidente e vereador da Câmara Municipal de Salvador, Átila do Congo, prometeu a abertura de uma CPI para apurar o que chamou de “situações abusivas das plataformas com os motoristas”. Ainda segundo a organização, a paralisação será mantida apenas para esta segunda-feira.

 

A Federação dos Motoristas de Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e a Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp) convocaram os profissionais autônomos para participar da manifestação de hoje, e a estimativa era de que a adesão nacional fosse de 70% dos motoristas. Em todo o Brasil, cerca de 2 milhões de motoristas por aplicativo estão atuando atualmente.

 

O outro lado

Procurada pela reportagem, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (AMOBITEC), responsável pela 99 POP, afirmou que mantém diálogo com os trabalhadores.

 

“A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (AMOBITEC) respeita o direito de manifestação e informa que as empresas associadas mantêm abertos seus canais de comunicação com os motoristas parceiros, reafirmando a disposição para o diálogo contínuo, de forma a aprimorar a experiência de todos nas plataformas”, declarou a AMOBITEC, em nota.

 

Já a empresa iFood, que realiza o serviço de entrega de alimentos, também declarou que possui uma política de ouvidoria e negociação com os trabalhadores associados.

 

“O iFood respeita o direito à manifestação e à livre expressão dos entregadores e entregadoras. Desde 2020 trabalhamos na construção de espaços recorrentes e permanentes de escuta e melhoria constante. Como empresa brasileira e ciente do seu papel na geração de oportunidades, temos nos dedicado na criação de uma agenda sólida e perene de diálogo com os trabalhadores e representantes da categoria para o aprimoramento de iniciativas que garantam mais dignidade, ganhos e mais transparência para estes profissionais. A empresa segue disponível ao diálogo aberto com os entregadores para buscar melhorias para os profissionais e para todo o ecossistema”, diz a nota da empresa.

 

Até o fechamento dessa reportagem, o Portal M! não conseguiu contato com a Uber.