Manifestantes que fecharam Suburbana destroem casa de suspeito de matar menina
Cerca de 300 pessoas fecharam um trecho da Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana) ateando fogo em galhos, pneus e madeiras postos nos dois sentidos da via na manhã desta segunda-feira (9). O protesto está relacionado à morte de Bruna Santos de Jesus, 11 anos, esfaqueada após uma briga no bairro de Plataforma, no dia 10 de outubro deste ano.
Bruna morreu depois de ter sido golpeada no peito, supostamente, por Blenivaldo das Virgens dos Santos, 58, avô de uma das primas com quem Bruna tinha brigado. O número de participantes no protesto é uma estimativa dos próprios envolvidos.
Com o fim da manifestação, a multidão seguiu para a Avenida Beira Mar, onde invadiu o que sobrou das casas de Blenivaldo e da mãe de uma das meninas que brigou com Bruna – no domingo, após Blenivaldo deixar o bairro, moradores invadiram e destruíram as duas moradias.
Entre os escombros, algumas pessoas conseguiram levar máquina de lavar, TVs e outros móveis deixados para atrás pelos donos das casas. Outra parte da população não optou pelo saque, porém, pôs fogo em alguns móveis que restaram. “Isso tudo aconteceu porque a população está revoltada com a impunidade. Ele (Blenivaldo) está solto. Veio aqui e ainda ameaçou as pessoas. Disse ainda que ia matar mais gente”, disse o pai de Bruna, o operador de corte Genivaldo Evangelista de Jesus, 40.
Revolta
A manifestação aconteceu por volta das 9h, nas imediações da localidade de Boiadeiro. Usando faixas e cartazes, parentes e amigos de Bruna pediam justiça. “Ele (Blenivaldo) ficou preso só dois dias e, ontem, depois das 22h, veio aqui, com a filha dele, mãe da menina que brigou com Bruna, para pegar algumas coisas. Aí, ele veio com duas viaturas da Polícia Militar e ficou zombando da gente, que chamava ele de assassino”, disse a mãe de Bruna, a dona de casa Marisa Fróes Santos, 37. “A gente sabe que não vai trazer minha prima de volta, mas queremos justiça. Ele tem que ser preso”, declarou Érica de Jesus, 20, prima de Bruna.
O trânsito ficou congestionado nos dois sentidos, por volta de 9h. Cerca de meia hora depois, os manifestantes concordaram em liberar as duas vias. “A Polícia Militar disse que tinha gente passando mal nos ônibus, então, entendemos que era hora de parar”, comentou Érica.