Marido que matou mulher em MG estava desempregado e não aceitava que ela trabalhasse
O homem preso em flagrante após matar a esposa na noite deste domingo (14), em Lavras (MG), deu detalhes da briga à polícia após o crime. Segundo a Polícia Civil, ele alegou que o casal brigava com frequência depois dele ter sido demitido. Segundo ele, os problemas começaram quando ela passou a sustentar a casa. Conforme a polícia, o marido não aceitava o fato.
O casal estava junto há 17 anos. Irene Aparecida Borges, de 52 anos, trabalhava como serviços gerais em um centro universitário de Lavras. O marido, Valto Antônio, de 64 anos, havia sido demitido do próprio emprego em outro local há pouco tempo.
Irene foi morta com golpes de um banco de madeira na cabeça durante a briga e morreu dentro de casa. Foi o marido quem ligou para o serviço de emergência, que logo depois constatou a morte no local. Segundo a polícia, ao ser preso em flagrante, o homem apresentava sinais de embriaguez.
“Ele estava muito embriagado realmente, desde a presença no local, até o depoimento na polícia. Ele estava bem embriagado, com falas desconexas”, explicou o delegado regional Leandro de Prada Macedo Costa.
Irene Aparecida Borges, de 52 anos, foi morta pelo marido em Lavras (MG) — Foto: Reprodução/EPTV
Ainda segundo o delegado, na confissão, o marido contou que houve troca de ameaças e que teria agido em legítima defesa após ser ameaçado com uma faca. Ele disse à polícia que tentava atingir a mão da vítima com o banco de madeira.
“Mas até pela situação objetiva da análise, já se vê que é completamente desproporcional. As lesões que ela tinha na região craniana, facial, inclusive não são compatíveis com uma só pancada e sim com várias ações desferidas contra o rosto dela”.
Irene deixa uma filha de outro relacionamento e uma neta. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Lavras e seguiu para o velório e depois para o sepultamento.
Histórico de brigas
Segundo vizinhos e pessoas próximas, os dois brigavam com frequência. Irene chegou a chamar a Polícia Militar em outras ocasiões, durante brigas com o marido, mas nenhum boletim de ocorrência foi registrado.
Valto foi levado para o presídio de Lavras e vai responder na Justiça por feminicídio. A pena para este tipo de crime varia de 12 a 30 anos de prisão. A Delegacia da Mulher segue nas investigações do caso, com depoimento de testemunhas.