Matadouro na China esfola coelhos vivos para produzir roupas e acessórios de pele
Maior parte dos consumidores dos acessórios feitos com pele de animal na China são ingleses
A HSI (Humane Society International), uma organização americana de proteção a animais, descobriu uma verdadeira ‘casa do horror’ na China, onde coelhos são mortos para a produção de roupas e acessórios feitos de pele
Por dia, 10 mil coelhos são cruelmente esfolados no matadouro, e muitos ficam agonizando antes da morte
As pessoas que trabalham na “casa do horror” ganham o equivalente a R$ 0,23 por cada coelho morto. As condições de trabalho são precárias e não há preocupação com segurança e saúde.
Os coelhos ficam enclausurados sem espaço nem mesmo para ficarem em pé. Segundo a HSI, não ter espaço para pular e correr pode causar problemas psicológicos sérios nos animais
Na hora do abate, os coelhos são puxados da gaiola pelas orelhas e golpeados na cabeça, para que desmaiem. Então, eles são pendurados pelas patas, de cabeça para baixo, em um gancho — arrancando toda a pele do animal começando pelas patas traseiras.
Mesmo golpeados, alguns coelhos não desmaiam totalmente, e agonizam de dor durante o processo. Ao término, o chão fica repleto de poças de sangue.
De acordo com o chefe da investigação da HSI, a maior parte dos chapéus, casacos e acessórios feitos com pele de coelho são vendidos para o Reino Unido, além de serem comercializados em sites da China.
— Se todas as pessoas que fossem comprar acessórios feitos com peles reais assistissem à desgraça que é a realidade dos coelhos nos matadouros, aposto que optariam por itens produzidos com menor crueldade, como as peles sintéticas.
Uma parte do inquérito apurou que muitos varejistas da Grã-Bretanha estão sendo enganados por vendedores, que comercializavam peles reais como sendo sintéticas.
Isso porque o custo de produção de acessórios feitos com pele real é bem menor do que os feitos com pele sintética — na China, quem trabalha nos matadouros recebe uma quantia pífia e não há segurança, além do transporte, que também é mais barato, de acordo com a HSI.
Sites de venda online britânicos como o TK Maxx e o House of Fraser foram descobertos fornecendo roupas e acessórios feitos com pele real, enquanto nos produtos continha a informação de que a pele era sintética.
O HSI descobriu a farsa após aplicar testes nos acessórios e encontrar resquícios de peles de animais reais.
Contudo, as empresas disseram que foram enganadas ao comprar os produtos e, desde então, a House of Fraser afirmou que cortou os laços contratuais com todos os antigos fornecedores.
No Reino Unido, o comércio de peles de animais foi proibido em 2000. Desde então, todos os acessórios de pele comercializados nos países membros são importados.
Só no ano passado, o Reino Unido importou da China o equivalente a R$ 20,6 milhões (3,5 milhões de libras) em produtos feitos com pele de animal, e aproximadamente R$ 20 milhões (3,4 milhões de libras) de Hong Kong, segundo o órgão do governo britânico HM Revenue and Customs.
Em apelo, a HSI pede que todos os consumidores tenham cautela ao comprarem roupas e acessórios de pele, para não estimular a tortura e o sofrimento de animais.