Médicos peritos criticam falta de segurança
Adilton Venegeroles | Ag. A TARDEEdriene Teixeira, médica perita e diretora da ANMP, e Francisco Magalhães, presidente do Sindimed – Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDEEdriene Teixeira, médica perita e diretora da ANMP, e Francisco Magalhães, presidente do Sindimed
Médicos peritos que atendem nos postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Salvador convocaram uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 28, para criticar a falta de segurança enfrentada pelos profissionais.
Eles prometem mais uma paralisação da categoria para o dia 13 de maio, a fim de cobrar respostas aos órgãos responsáveis.
A iniciativa surgiu após um segurado armado com uma pistola ponto 40 ameaçar uma médica que atendia no posto do INSS do bairro de Brotas, o principal da capital baiana.
No local, onde são atendidas até 150 pessoas por turno, já não há câmeras de monitoramento, por causa do contigenciamento de verbas do governo federal, que quebrou o contrato com a empresa de segurança que prestava serviço terceirizado à Previdência Social.Além disso, dois dos vigilantes foram dispensados, também por conta dos mesmos cortes de gastos.
O presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães, afirma que a entidade vai mover uma ação no Ministério Público Federal (MPF) para tentar garantir aparatos de segurança nas agências INSS.
Outro processo já tramita na instituição desde maio de 2014, sem respostas do órgão, de acordo com afirmações da diretora da Associação dos Médicos Peritos, Edriene Teixeira.
Enquanto isso, servidores dos locais temem pelo estado físico deles e dos segurados que vão aos postos buscar atendimento ou fazer perícias médicas.
A médica perita Maria de Elizabete, há 26 anos na profissão, diz que a situação só piora desde a primeira movimentação dos trabalhadores sobre o assunto, realizada em maio de 2014. Naquela época, ela lembra, uma perita sofreu uma tentativa de homicídio, o que mobilizou os servidores.
“Queremos saber até quando vamos ter que ficar apelando. Vão esperar acontecer uma tragédia?”, questionou.
Contatado para se posicionar, a assessoria de comunicação do MPF na Bahia informou à equipe de A TARDE que o processo iniciado pelo Sindimed resultou na instauração de um inquérito civil público que atualmente está sob a responsabilidade do procurador Edson Abdon.
Segundo o órgão, O inquérito não apura somente questões relativas à segurança dos profissionais, mas outros pontos relacionados com as condições de trabalho expostas pelo sindicato, como pressão para cumprimento de metas de atendimento, metodologia de avaliação de desempenho, rebaixamento de gratificações, entre outras.
“No curso da investigação, o Sindimed é frequentemente contactado pelo MPF, por meio de ofícios que solicitam informações e diligências para subsidiar a atuação do órgão, atendendo aos pedidos de informação”, afirmou o MPF-BA, em comunicado oficial.
A instituição informou, ainda, que recebeu relatórios de fiscalização de agências do INSS entre dezembro de 2015 e março de 2016. Os documentos, segundo o órgão, está em análise, para que as medidas cabíveis sejam tomadas.