Mercadante nega ter ameaçado Delcídio e continuará no cargo
Oposição diz que vai à Procuradoria-Geral pedir a prisão do ministro da Educação, acusado de tentar fazer negociação para evitar delação do senador
Foi homologada nesta terça-feira (15) a delação premiada de Delcídio Amaral (PT-MS), que traz uma gravação com uma suposta tentativa do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de silenciá-lo. Na conversa, Mercadante teria oferecido ajuda política e financeira para evitar que o parlamentar petista firmasse acordo de delação premiada.
“Enquanto tiver confiança da presidente Dilma, ficarei no governo”. Ele também afirmou que a presidente Dilma Rousseff “não tem nenhuma responsabilidade.”
Em entrevista coletiva concedida hoje, o titular da pasta de Educação do governo disse que a gravação da conversa não está completa e negou ter oferecido dinheiro para calar Delcídio. Mercadante argumentou que tem a transcrição completa da conversa e disse que “jamais” tentou impedir a delação de Delcídio.
Ele defendeu a tese que foi um ato de solidariedade, argumentando que as filhas de Delcidio estavam sofrendo uma campanha negativa na internet e ele fez um gesto pessoal e não político. “Nenhum momento procurei assessor a mando do governo. Eu só chamei para ter um gesto da família e ele vai tentando induzir uma pauta e mesmo assim não consegue […]. Do ponto de vista pessoal era preciso ter solidariedade, com a família exposta desse jeito”, disse. Ele afirmou também que houve uma tentativa do assessor de Delcídio de “induzi-lo” a falar sobre a delação premiada.