Ministério do Trabalho e Emprego denuncia empresa de carvoaria em Salvador
similar ao escravo em uma carvoaria no Cassange, em Salvador, nesta quinta-feira (2), o Ministério do Trabalho e Emprego irá produzir um relatório para as autoridades competentes nesta sexta (3). Eles recebiam R$0,16 por saco produzido. O dono da empresa poderá responder por redução do trabalhador a condições análogas à escravidão, 3 a 8 anos.
Mário Diniz, auditor fiscal do órgão, ressaltou que a baixa remuneração recebida pelo grupo de trabalhadores foi determinante para eles conviverem em más condições. “Isso obriga os trabalhadores a terem uma jornada alucinante para, ao final do dia, juntar um montante razoável. Além disso, era descontado desses trabalhadores transporte, café da manhã, almoço. A própria água fornecida no local tem resíduo de fuligem de carvão, como todo o ambiente”, afirmou.
O argumento foi confirmado por um dos funcionários que afirma produzir em média mil embalagens em três dias. “Eu faço, em média, por dia, mil embalagens. De segunda a quarta eu faço mil. Aí, porque eu fico cansado o resto da semana, de quinta a sexta eu faço 800. E sábado eu faço 500 até meio dia. Como a gente respira muito pó de carvão, o pó fica todo na garganta. Quando a gente catarra, escarra, só sai carvão”, explicou.
Resgate
O resgate foi realizado durante uma ação ação de proteção ambiental, que apurava sacos de carvão sem o Documento de Origem Florestal (DOF). Os trabalhadores foram resgatados sem uso de equipamentos de proteção individual, como sapatos adequados, luvas e máscaras de proteção. As refeições feitas por eles eram realizadas no mesmo local de ensacamento do carvão e o banheiro disponibilizado não havia porta, pia, assento e coletor de lixo. Além de não terem a proteção necessária, os homens não tinham direito a férias, 13º salário, carteira assinada e não passaram por exame médico admissional.