Moções de Apoio e de Repúdio são assinadas em etapa estadual da 3ª Conferência da Juventude

Ocorreu nos dias 29, 30 e 31 a etapa estadual da 3ª Conferência de Juventude da Bahia (ConfJuv-Ba), no Hotel Sol Bahia, em Patamares, para debaterem sobre as políticas públicas que os jovens de nosso estado estão propondo à Conferência Nacional que será em Brasília, agendada para dezembro.

Os 330 delegados eleitos nos 27 territórios formaram a plenária, além de convidados e observadores do evento, que interromperam diversas vezes aos aplausos e manifestações as falas de autoridades e outros colegas sobre questões como o direito da mulher sobre seu corpo, a violência que vem atingindo a juventude – principalmente a negra -, e a polêmica regulamentação do uso das drogas.

O presidente do Conselho Estadual de Juventude (CEJUVE), Agnaldo Almeida disse que a democracia de nosso país esta sendo atacada, e por isso devemos defender o processo democrático da conferência.

Durante o ConfJuv-Ba grupos de debate e rodas de conversa foram elaboradas para se discutir os eixos temáticos e os direitos que os jovens desejam manter, modificar, suprimir e/ou criarem na sociedade brasileira tanto a níveis estaduais quanto a nacionais, resultando em várias propostas que contemplam aos públicos estudantil, especial (deficiente físico), LGBT, jovens de terreiro, índios, quilombolas, rurais etc. e algumas moções que foram assinadas pelos jovens na conferência.

Dentre as propostas estão: A criação da Secretária Estadual da Diversidade e Igualdade; Fomentar a criação da Casa da Juventude, com a finalidade de colher jovem em situação de vulnerabilidade e risco; Implantação de centros de atendimento ao público LGBTT e seus familiares com acompanhamento psicossocial e jurídico; Garantir a promoção do debate de igualdade de gênero, sexual, raça, etnia, religiosidade no Plano Nacional de Educação; A inclusão dos idiomas LIBRAS e Braille como componentes curriculares obrigatórios no ensino público e privado fundamental, médio e superior com formação continuada e disponibilização de recursos didáticos imprescindíveis para a realização qualificada dos exercícios; combate ao extermínio da juventude negra e indígena, através do desenvolvimento de políticas ao racismo institucional nas forças de segurança (PM, PF, Civil, Guarda Municipal, Agentes de Segurança e nos meios de comunicação) – extinção dos autos de resistência; Garantia de acesso de jovens no mundo do trabalho e no efetivo cumprimento dos direitos trabalhistas do jovens sejam da cidade ou do campo (rurais); Criar uma equipe multiprofissional (psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais e redutores de danos, formados em LIBRAS) para visitas às escolas, às comunidades em vulnerabilidade social de povos tradicionais e rurais, e a espaços religiosos, a fim de promover atividades educativas na área de saúde. Entre muitas outra proposta de grande importância para a sociedade brasileira.

Dentre as moções elaboradas e assinadas: Uma demonstrava Repúdio contra a aprovação da PEC 171 da redução da maioridade penal, pois é vista como medida reacionária e imediatista contra a juventude empobrecida, desconsiderando as questões estruturais que marginaliza e tira o acesso da juventude a políticas públicas que garantem direito à vida. Outra de Repúdio foi contra os cortes de verbas e organização das etapas interterritoriais e estaduais de juventude, pois comprometeu a pontualidade do evento prejudicando toda a programação, e participação quantitativa e qualitativa dos jovens nas conferências em questão. E outra muito importante, pedia a retirada de Eduardo Cunha da presidência do congresso, por ser considerado um inimigo do povo brasileiro.

E entre as moções de apoio estava: A manutenção da Secretaria Nacional de Juventude, que estar atualmente com a sua permanência ameaçada, pois entende-se que sua extinção ou submissão a outra secretaria é um retrocesso aos direitos da sociedade juvenil brasileiro que foi conquistada para o mantimento  de políticas específicas para a juventude.

Durante todos os dias da conferência o espaço esteve aberto para que a juventude pudesse expor e apresentar trabalhos manuais, música, poesia, entre outras manifestações artístico-culturais. Os jovens ficaram hospedados na capital baiana durante todo o processo do evento.

Por: Elton Soledade / Click Notícias