Moradores do subúrbio prometem manifestação para pedir afastamento do Instituto Médico de Cardiologia da Bahia
A população do subúrbio de Salvador está insatisfeita com os serviços prestados pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro de Periperi. As principais denúncias realizadas são contra o atendimento deficiente, a falta de médicos e remédios na unidade. Os moradores também reclamam do fato de terem que se deslocar para unidades de outros bairros para conseguirem atendimento, tendo que arcar com altos custos de transporte.
A Unidade de Periperi é administrada pelo Instituto Médico Cardiológico da Bahia (IMCB), investigada num esquema criminoso de desvios de verba do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Operação Copérnico. O instituto se relacionava com ao menos 15 empresas verdadeiras e fantasmas, todas registradas em nome de laranjas.
Segundo informações da chefe da delegacia de combate à corrupção e desvio de recursos públicos, Luciana Matutino, os laranjas, em torno de 17 pessoas, eram beneficiários do Bolsa Família, de baixa renda e escolaridade. “Existe o líder da organização criminosa, que era o real beneficiário das fraudes e do superfaturamento, e essas outras pessoas recebiam muito pouco do valor desviado”.
Dos 24 mandados de busca e apreensão estão incluídas três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Salvador: San Martin, Periperi e São Cristóvão. “Essas unidades são administradas por essa entidade principal investigada. Não significa que tem envolvimento da prefeitura.
Sabendo das acusações contra a empresa administradora, moradores ficaram revoltados: “Agora eu já sei por que faltam médicos e remédios. A empresa que administra a UPA de Periperi é corrupta e trambiqueira. Peço mais atenção do poder público, estou me sentindo abandonada pela prefeitura. Tem muitos vizinhos que também sofrem com isso e quero me manifestar contra a IMCB”, disse Marlene Pereira, moradora do subúrbio há 17 anos.
Outra moradora que também sofre com a falta de médicos é a dona de casa Isabel Ferreira. Ela relata que por não encontrar médicos na UPA de Periperi, tem que se deslocar de táxi até a UPA de Escada, para então conseguir atendimento e remédios. “É um absurdo eu ter que pagar taxi para ter atendimento em outro bairro. Mas como sou idosa e moro sozinha, tenho que fazer esse sacrifício, mas o dinheiro faz falta depois. Ganho uma aposentadoria mirrada”, desabafou a idosa.
Na próxima terça-feira (26), moradores de Periperi vão se reunir em protesto onde irão reivindicar melhorias nos atendimentos médicos, e cobrar explicações sobre o escândalo e desvios de verbas, além de apelar para prefeitura o afastamento definitivo da IMCB quanto à administração das unidades.
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