Moradores dos arcos da Ladeira da Conceição só deverão sair próximo ao início das obras
Fotos: Léo Ornelas/Reprodução/Facebook
Os moradores e profissionais que trabalham nos imóveis dos arcos da Ladeira da Conceição, e foram notificados pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) para saírem do local em 72h, só deverão sair quando as obras de restauração do local tiverem início. A informação é do secretário de Desenvolvimento, Cultura e Turismo (Sedes), Guilherme Bellintani. Segundo o gestor, o serviço só deverá ocorrer em cerca de 90 dias. “Houve uma notificação da Sucom para que se desocupasse o local, mas o entendimento comum da prefeitura com o Iphan e a Sucom foi de fazer essa desocupação em momento adequado”, disse o titular da pasta, que “passou a estar a partir de hoje” à frente das responsabilidades sobre a ocupação do local. O projeto de recuperação da área tombada, que será capitaneado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), será executado com recursos do PAC Cidades Históricas.
Morador exibe notifcação da Sucom
Procurada pelo Bahia Notícias, a Sucom informou que “as notificações anteriormente emitidas foram suspensas” e que a autarquia faz agora o levantamento cadastral da área. O órgão não informou, no entanto, quando o documento foi entregue aos moradores da região, nem qual era o prazo estipulado. Para impedir que a desocupação do local em um prazo curto, a população foi convocada pelo Facebook para ocupar a Casa Berquó nesta segunda-feira (21), na Barroquinha, onde é sediado o instituto. O Iphan informou, por meio da assessoria de comunicação, que cerca de 50 pessoas foram recebidos às 14h30 e ouviram esclarecimentos. Segundo o Iphan, o projeto está em fase de licitação, mas sua execução depende do envio, por parte da prefeitura, de uma proposta de uso para os imóveis do sítio histórico, que pertencem ao Município. Segundo Bellintani, que confirmou que os arcos da Ladeira da Conceição pertencem à prefeitura, a ideia é elaborar uma proposta em conjunto com os comerciantes da região afetada e com o Iphan. “Já discutimos isso hoje, tivemos uma longa reunião”, diz o secretário. Um novo encontro foi marcado para a próxima quinta-feira (24), na sede da pasta. “A proposta de uso que vai ser encaminhada terá relação direta com o que já se faz na região. A ideia é preservar o artesanato e atividades artísticas e econômicas que já se desenvolvem lá. A prefeitura fará um esforço profundo em manter as pessoas que já trabalham no local há 30, 40, 50 anos, para que eles retornem após a reforma do espaço”, afirmou o titular da Sedes, que acrescentou haver um “clima de convergência” entre as partes envolvidas no caso e que reconhece a importância de não lançar um “olhar frio” sobre os moradores e comerciantes da área, como ferreiros de santo (que elaboram peças de culto do candomblé), serralheiros e marmoristas.
por Luana Ribeiro