Mourão representará o governo brasileiro na posse do presidente da Argentina, Alberto Fernández
O vice-presidente Hamilton Mourão será o emissário brasileiro na cerimônia de posse do presidente da Argentina, Alberto Fernández. A informação foi confirmada nesta tarde pelo Palácio do Planalto. Mourão embarca para Buenos Aires às 20h desta segunda.
A informação que circulava nos bastidores de Brasília até então era a de que o Brasil seria representado pelo embaixador em Buenos Aires, Sérgio França Danese. No entanto, nesta tarde, a informação foi confirmadapelo Palácio do Planalto.
Antes de Mourão, o ministro da Cidadania Osmar Terra também chegou a ser cogitado como representante brasileiro na cerimônia, assim como o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo – Bolsonaro, no entanto, desistiu de indicar o chefe do Itamaraty, representante máximo da diplomacia do País, porque ele comparou, em uma entrevista à mídia local, Fernández a uma matrioska, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro.
O presidente Bolsonaro recusou-se a responder a jornalistas se enviaria ou não representantes e limitou-se a dizer que as relações comerciais entre os países continuariam.
O chefe do Palácio do Planalto é crítico de Fernández e de sua vice, Cristina Kirchner, pelo fato de atuarem em um campo político ideologicamente situado à esquerda e serem próximos dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Antes da eleição de Fernández, Bolsonaro chegou a dizer que a Argentina “se transformaria em uma Venezuela” caso o esquerdista vencesse.
O presidente foi convencido por Maia a mudar de decisão e fazer um gesto diplomático em direção à Argentina. De acordo com a Folha de S. Paulo, nos últimos dias, o presidente já havia sido informado por diplomatas brasileiros que a ausência de um representante brasileiro na cerimônia de posse teria uma repercussão negativa no país vizinho, o que poderia afetar negociações futuras.
Com a ausência de Bolsonaro da posse, o presidente brasileiro romperá uma tradição: essa será a primeira vez em 17 anos que um chefe de estado não participará da cerimônia no país vizinho, principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul.