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2 October 2024

‘Mozão’ vai aquecer o mercado no Dia dos Namorados

Pode chamar de bebê, meu nego, mozão, crush, não importa. O Dia dos Namorados está chegando e com ele a compra do presente ou, ao menos, um mimo para o amor.  Seja a namorada, namorado ou ‘uma pessoa’, não há quem não queira ser presenteado e, segundo pesquisa divulgada ontem, 62% dos brasileiros vão agradar os parceiros no dia 12 de junho, próxima terça-feira.

O levantamento, feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apontou que a data vai levar 93,5 milhões de brasileiros às compras e incrementar R$ 15,6 bilhões na economia do país.

Mas, apesar das estimativas, o movimento nas lojas da Avenida Sete de Setembro, no Centro de Salvador, ainda era fraco nesta sexta-feira (8). A decoração das vitrines está dominada pelo verde e amarelo da Copa e pelo quadriculado do São João.

O gerente da loja de roupas Dom Diego, Edson Miguel Júnior, contou que as vendas foram afetadas pela greve dos caminhoneiros, que paralisou as cargas durante dez dias nas estradas do Brasil.

“Nessa época, o faturamento aumenta, mas tivemos problemas para repor as mercadorias. As cargas que eu estava esperando de São Paulo e Pernambuco atrasaram. Além disso, tem a concorrência desleal com os ambulantes. Estamos esperando que as coisas melhorem no final de semana”, diz.

Edson Jr sofreu os efeitos da greve dos caminhoneiros (Foto: Marina Silva/ CORREIO)

Crescimento
A estimativa dele é de que as vendas aumentem em cerca de 20% em junho. O gerente da loja de calçados Dinni, Márcio Braga, substituiu produtos adultos que estavam na vitrine por peças mais joviais para atrair a clientela. “Essa data é boa para o varejo. Estamos com uma estimativa de crescimento de 7% a 10% nas vendas”, contou.

Os dois são mais otimistas que o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta. Ele espera aumento de até 2% nas vendas.

“A paralisação dos caminhoneiros dificultou a reposição de algumas lojas, mas esperamos um final de semana atípico, com movimento acima do normal. Além disso, os consumidores sempre deixam para comprar o presente em cima da hora”, afirma.

Ele contou que o Dia dos Namorados é a quarta data do varejo com maior rentabilidade, atrás do Natal, Dia das Mães e da Liquida Salvador. Bolsas, sapatos, roupas e perfumes são os mais vendidos.

A pesquisa afirma que o brasileiro vai gastar, em média, R$ 166,87 com o presente, mas os baianos estão sendo um pouco mais modestos. Segundo a CDL, o valor médio por aqui vai ficar na casa dos R$ 120. Além disso, 58% pretendem pagar à vista.

Comerciantes apostam em promoções para ampliar as vendas (Foto: Marina Silva/ CORREIO)

Procura
Calma, mozão. Segundo a vendedora ambulante Denise Coutinho, 30, a venda de perfumes está aquecida desde o início da semana. As mulheres são as que mais compram os produtos.

“Tem umas clientes que compram o perfume preferido do marido ou namorado e dizem: ‘Ele não merece, mas eu vou levar’. O movimento está grande, acho que também por conta das promoções. Os preços estão abaixo do valor real e tem desconto se pagar à vista”, diz.

Mas se engana quem pensa que a maioria dos que presenteiam está na fase de namoro. Segundo a pesquisa, 64% dos brasileiros que vão às compras pretendem agradar o marido ou a esposa. Namorados em segundo lugar (30%) e noivos em terceiro (5%).

Mas uma coisa é certa: quem dá presente também quer receber um agrado. O estudo mostra que a maioria dos que vão comprar alguma lembrança (66%) acredita que será retribuída. Melhor não arriscar para não terminar a noite beijando o copo ou abraçando as garrafas…

Denise organiza os produtos para a venda (Foto: Marina Silva/ CORREIO)

Junho

O superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Silvio Corrêa, afirma que as lojas vão vender 5% a mais que o mesmo período do ano passado e acredita que os negócios serão impulsionados por mais eventos.

“Além do Dia dos Namorados, nesse mês acontecem os festejos juninos, o que provoca um incremento no setor de supermercados, por conta dos alimentos, e no setor de vestiários. Este ano, teremos também a Copa do Mundo, o que estimula o setor de vestimentas, brindes e souvenir”, explica. Segundo ele, algumas lojas de eletrodomésticos esperam vender até 30% a mais.

Márcio fez algumas mudanças na loja para atrair clientes (Foto: Marina Silva/ CORREIO)

Presente
Nada de ser canguinha nessa data. A maioria dos entrevistados (36%) pretende gastar o mesmo que no ano passado para comprar o presente do crush. Outros 21%, mais abastados, vão investir mais caro no mimo, enquanto 17% pretendem gastar menos que em 2017, a maioria por falta de dinheiro.

No total, 71% vai comprar um único presente. As roupas lideram as escolhas com 41% das intenções. Depois vêm os perfumes ou cosméticos (34%), calçados (22%) e jantares (18%). Completam o ranking os bombons e chocolates (17%) e acessórios, como bijuterias, cintos, óculos e relógios (17%).

A atriz Aline Silva, 32 anos, ainda não decidiu o que vai comprar para o namorado, mas disse que não terá muita dificuldade. “Ele é louco pelo Bahia, sempre compra camisas, toalhas, essas coisas. Vou dar alguma coisa nessa linha. Ele sabe que eu adoro chocolate, então, acho que vai por aí”, contou.

O casal está junto há cinco anos e nem sempre tem presente no Dia dos Namorados. “O importante dessa data é a reflexão, o amor. Dizer ‘Eu te amo’. O presente ele já tem todos os dias: sou eu”.

Internet
Um dito popular antigo afirma que ‘O melhor marketing que existe é o boca a boca’. Mas, do tempo da vovó pra cá, as coisas mudaram e já não funcionam bem como antes. Agora, é preciso fazer um pouco mais para emplacar as vendas e nessa disputa a internet está levando a melhor.

Segundo a pesquisa realizada do SPC, as lojas online despontaram como a segunda alternativa de compra entre os brasileiros. No total, 18% dos entrevistados disseram que vão comprar o presente dos namorados pela internet.

O modelo fica atrás apenas dos shopping centers (36%) e à frente dos shoppings populares (9%) e das lojas de departamento (8%). A estimativa é de que o e-commerce (compras e vendas pela internet) movimente cerca de R$1,8 bilhão, em 2018, por conta do dia dos namorados.

Para o CEO da MLX Web, Leonardo Albertazzi, existem alguns fatores que justificam o a escolha por essa plataforma de compra: a facilidade para fazer um comparativo de preço, a comodidade de receber o produto em casa, evitando perder tempo e pegar filas, além da maior segurança no uso do cartão de crédito.

“As redes sociais são fundamentais nesse processo. O Brasil é o quarto mercado no ranking de acesso à internet. Ficamos atrás apenas da China, Índia e EUA. São mais de 800 milhões de brasileiros no instagram, por exemplo. Pesquisas mostram que 30% das pessoas que compram pela internet viram os o produto no instagram”, disse.

A empresa baiana é pioneira em solução integrada em e-commerce, um modelo de negócio que gerencia a versão online das lojas. No e-commerce, o Dia dos Namorados perde em vendas apenas para a black friday, o natal, e o dia das mães.

As ponderações de Leonardo foram percebidas no estudo do SPC. O levantamento apontou que 58% dos brasileiros acreditam que os presentes estão mais caros, e 74% deles disseram que vão pesquisar os preços antes de fechar qualquer negócio. A maioria (76%) pretende fazer a pesquisa pela internet.