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16 November 2024

MP: Viúva de Adriano da Nóbrega era responsável pela contabilidade

Rio de Janeiro – Júlia Emilia Mello Lotufo, de 29 anos, viúva do miliciano e ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano Magalhães da Nóbrega, é considerada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) a responsável pela contabilidade da quadrilha do também bicheiro, morto em fevereiro do ano passado, na Bahia.

Júlia, que está foragida, seria peça fundamental para esclarecer o tamanho do patrimônio adquirido pelo ex-policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

A defesa de Júlia Emilia Mello Lotufo nega todas as acusações que lhe são atribuídas. Segundo os advogados, “ela nunca teve qualquer participação em eventuais condutas ilegais que possam ter sido praticadas por seu falecido marido”.

Ainda de acordo com a defesa da viúva, a jovem ainda não se entregou porque “teme pela sua vida e pela vida de sua filha”.

Gestão dos bens milionários de Adriano

Segundo as investigações do MPRJ, os integrantes da quadrilha prestavam contas sobre os rendimentos, vendas de gado e gestão do haras de Adriano à Júlia.

Em documentos obtidos pelo G1, o Ministério Público detalha a função da viúva no bando do miliciano e bicheiro.

O nome de Júlia surgiu a partir das buscas realizadas na operação Intocáveis, em janeiro de 2019. Em um escritório no Itanhangá, zona oeste do Rio, o Ministério Público apreendeu faturas e extratos de cartões de crédito em nome de Daniel Alves de Souza, preso nessa semana e um dos laranjas da quadrilha.

As investigações mostraram que os destinatários finais dos serviços e produtos adquiridos através dos cartões de crédito em nome de Daniel eram o casal Adriano e Júlia.

Com o avanço das investigações, descobriu-se que Júlia se responsabilizava pela gestão financeira de Adriano. Uma planilha encontrada pelo MP mostra que apenas em maio de 2019, uma tabela apresentava uma movimentação de R$ 1,8 milhão.

No detalhamento da planilha observa-se também valores arrecadados por Adriano com aluguéis que trazem junto a inscrição RP, numa referência, segundo os investigadores, a Rio das Pedras, área dominada por uma milícia.