Mulher fica paralítica após namorado arremessá-la de caminhão: ‘Pensei que nunca mais faria sexo’
Megan Torio passou por cirurgia para reconstruir lábio vaginal, arrancado no acidente
Uma mulher que sofreu sérios traumatismos ao ser arremessada de um caminhão pelo ex-namorado, em 2010, foi alertada por médicos que nunca mais voltaria a andar. Megan Torio, de 28 anos, se chocou com um semáforo após a queda, que a atingiu entre as pernas. A jovem quebrou a medula espinhal — o que a deixou paraplégica —, o ombro, a clavícula e seis costelas. Não obstante, um dos seus lábios vaginais sofreu um corte profundo. As informações são do portal de notícias britânico Daily Mail.
Megan contou que permaneceu acordada após ser arremessada do veículo, que estava a uma velocidade superior a 100 km/h.
— Eu estava consciente e me lembro de tudo. Eu não conseguia respirar, uma vez que minhas costelas estavam quebradas. Só fui desmaiar quando cheguei no hospital, por não conseguir suportar tanta dor.
A mulher passou por uma cirurgia onde parte da pele de suas costas foi usada para reconstruir seu lábio vaginal. Ela tomou 15 pontos e ficou a região íntima inchada por quinze dias.
— Estava com medo de nunca mais poder fazer sexo
Mas o pior ainda estava por vir: os médicos disseram à Megan que ela teria ficado paraplégica e que nunca mais voltaria a andar.
— Fiquei devastada. Sempre fui tão independente, que isso certamente seria um problema grande de ser enfrentado. Meu intestino parou de funcionar e eu passei a me alimentar por um cateter. Para mim, não havia mais esperanças.
Dentre os processos cirúrgicos pelos quais a mulher passou, hastes de metal foram introduzidas em suas costas. Ela ficou internada no Hospital Halifax por um mês, e depois foi transferida para o hospital de reabilitação de Brooke, na Flórida, onde passou por fisioterapia intensiva.
Mesmo que não houvesse garantias de que Megan pudesse voltar a andar, ela resolveu comprar um andador para ajudar em sua reabilitação. A americana de Jacksonville estava determinada a voltar a andar com as próprias pernas.
O esforço de Megan para se recuperar se deve ao fato de ela ter sido uma adolescente com sobrepeso que conseguiu, com muito esforço, emagrecer. Ela passou por uma reeducação alimentar e adicionou os exercícios físicos à sua rotina diária, o que despertou sua paixão pela academia.
Megan tinha planos de seguir carreira como uma modelo fitness, mas seu sonho foi massacrado assim como seus ossos naquele acidente.
— Eu pensei que nenhum homem voltaria a se interessar por mim.
Apesar das probabilidades não serem favoráveis à Megan, ela decidiu voltar para a academia mesmo em cima de uma cadeira de rodas, para tentar recuperar sua mobilidade.
— Minhas pernas eram a parte favorita do meu corpo. Eu não queria perdê-las. Comecei a fazer força nos aparelhos, na tentativa de empurrar as barras, mesmo sabendo que eu nunca conseguiria. Mas comecei a fazer isso cotidianamente.
Depois de um tempo, Megan começou a sentir uma dor fortíssima nas pernas.
— Parecia que havia eletricidade correndo pelas minhas pernas.
Ela foi levada de volta ao hospital, onde os médicos disseram que seu músculo do quadril estava se movendo cerca de uma polegada.
— Parecia um milagre! Meu cirurgião perguntou o que eu tinha feito, e eu só comentei que havia voltado para a academia. Foi aí que recebi a notícia de que o tremor era tudo que precisávamos para que eu voltasse a ter esperanças de andar novamente.
A dor estava sendo causada porque os nervos do músculo de seus quadris estavam crescendo novamente. Apesar da dor agonizante, Megan não parou de se exercitar. Em uma mistura de esperança e coragem, a jovem foi forte e pediu ao seu neurocirurgião que removesse as hastes de suas costas.
— Um dia peguei o andador que eu tinha comprado durante a fisioterapia e pensei: ‘Que diabos, o que eu tenho a perder? ’ Coloquei todo o meu peso no lado esquerdo do meu corpo. Minha testa suava de tanta dor. Levantei-me por alguns segundos. Era contagiante, eu queria fazer aquilo de novo.
Ela começou a se levantar todos os dias e, eventualmente, chegou ao momento em que ela conseguiu ficar em pé por dois minutos. Em 2011, ela comprou um uma bengala para ajudá-la a se locomover. Em março do mesmo ano, ela conheceu seu atual marido, Rod, por intermédio de um amigo.
Megan estava tão ansiosa para o encontro que quase cancelou — mas, por sorte, um amigo a convenceu a ir.
— Pensei que ninguém mais se interessaria por mim. Eu estava paraplégica, não me sentia como uma mulher. Estava com vergonha de ficar em uma cadeira-de-rodas em um restaurante, então usei meu andador para andar do carro até o local, no nosso primeiro encontro.
Batalha por batalha, Megan conseguiu voltar a suar sua bexiga e seu intestino. Depois de um ano ouvindo que nunca mais andaria, a jovem deixou as bengalas de lado em seu aniversário de 25 anos. Em março de 2012, a jovem se casou com Rod em uma cerimônia no Palácio da Justiça.
Os médicos disseram que ela já estava apta para ter filhos; além disso, ela recuperou seu desejo sexual. Megan compartilhou sua história para encorajar pessoas a lutarem mesmo que as situações pareçam impossíveis de serem revertidas.
— Milagres não são entregues a você em uma placa de prata, você tem que trabalhar para eles.