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3 October 2024
Foto: Tayne Luz Casca

Neblina controla incêndio de grande proporção em Ibicoara

O incêndio que atingiu Ibicoara, na Chapada Diamantina, na Bahia, foi controlado na manhã desta quarta-feira, 11, após a cidade ser atingida por uma neblina.

“Tivemos uma neblina densa entre 6 e 9 horas, que foi bastante eficiente no combate ao incêndio. O fogo foi controlado, mas não consideramos que foi totalmente debelado. Então, estamos monitorando pontos estratégicos para evitar novos focos”, explicou a secretária de Turismo de Ibicoara, Tatiana Portela.

De acordo com ela, as chamas começaram no domingo, 9, na Serra da Bananeira e se alastraram rapidamente pela Serra do Sincorá, atingindo uma área de cerca de 22 km. Uma comunidade do município conhecida como Campo Redondo, onde há residências, também foi afetada, mas os moradores conseguiram evitar que as casas fossem destruídas.

O incêndio danificou equipamentos de infraestrutura da cidade, como tubulações e antenas de transmissão de internet. Moradores da área urbana do município também reclamaram de desconforto respiratório por conta da fumaça que invadiu a cidade.

Os danos causados pelo incêndio não foram avaliados. “Ainda não tivemos como dimensionar, mas houve prejuízo ambiental e econômico”, disse a secretária de Turismo. De acordo com ela, peritos também investigam as causas do incêndio. Mas “independente de ter sido criminoso ou não, a vegetação volumosa e o tempo seco” contribuíram na propagação rápida das chamas.

Capão

Outro foco de incêndio ainda atinge a região do Vale do Capão. As chamas começaram há 17 dias e chegaram a ser controladas, mas voltaram a aparecer. De acordo com César Gonçalves, chefe substituto do Parque Nacional da Chapada Diamantina, a ação de incendiários dificulta o trabalho de combate.

“As chamas são controladas, mas alguém vai e coloca fogo de novo”, explica. Gonçalves diz que essa situação é recorrente e difícil de controlar, já que é complicado identificar os responsáveis.

Além dos incêndios criminosos, o calor também favorece o surgimento de novos focos. “Em alguns pontos ficam o que chamamos de turfa (material de origem vegetal, parcialmente decomposto), que acaba pegando fogo por conta do sol forte”, informa.

O brigadista Elias Costa Júnior, que atua no Vale do Capão, contou que esse tipo de situação é uma das piores de debelar, porque o “processo de combate é lento”.

Atualmente, cerca de 70 pessoas atuam no Vale do Capão, entre brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e voluntários.

Por Paulo Pitta/ A Tarde