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21 September 2024

Nejmi Aziz do ‘glamour’ nas redes sociais foi prisão. pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Manaus- A ex-primeira-dama do Amazonas, Nejmi Aziz, voltou a ser presa na manhã desta quarta-feira (31), em Manaus. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas (Seap). Ela é um dos alvos da quinta fase da Operação Maus Caminhos, que investiga a prática de crimes de corrupção passiva, lavagem de capitais e existência de uma organização criminosa que desviou recursos milionários da Saúde.

Segundo a Seap, a esposa do senador Omar Aziz passou por exame de corpo de delito  no Instituto Médico Legal (IML) na manhã de hoje e foi conduzida para o Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), localizado no quilômetro 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista)

Nejmi foi presa no dia 19 de julho por ser alvo de uma nova fase da operação Maus Caminhos. Dois dias depois, a ex-primeira-dama do Amazonas deixou o Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), após a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), acolher parcialmente o pedido dos advogados de defesa, entendendo que “não se admite a prisão temporária sem que tenha sido apresentada fundamentação que revele a imprescindibilidade da cautelar para as investigações criminais”.

Ex-primeira-dama

Em 2018, a ex-primeira-dama e o marido foram citados por uma delatora na investigação da Operação Maus Caminhos. Omar negou parentesco com Mouhamad Moustafa, principal alvo da primeira fase da operação ocorrida em novembro de 2016. Na ocasião, nenhum dois chegou a ser preso.

Fortuna declarada

Então candidata ao cargo de deputada estadual pela primeira vez, a ex-primeira-dama Nejmi declarou, ano passado, um patrimônio de R$ 30.329.324,86 (trinta milhões, trezentos e vinte e nove mil, trezentos e vinte e quatro reais e oitenta e seis centavos). A declaração consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A plataforma é alimentada com dados fornecidos pelo próprio candidato.

O patrimônio declarado por Nejmi Aziz superou à soma de todo o patrimônio dos seis candidatos à época ao governo do Estado. Em 2018, o então governador Amazonino Mendes (PDT) possuía R$ 3,4 milhões em bens; Omar Aziz (PSD) R$ 1,5 milhão; David Almeida (PSB) R$ 582 mil; Sidney Cabral (PSTU) R$ 163 mil; “Berg da UGT” (PSOL) R$ 65 mil; e Wilson Lima (PSC) R$ 55,9 mil. A soma total chega a R$ 5,7 milhões.

Mulher que persegue e processa jornalista em Manaus.

Natural de Cascavel e criada em Foz do Iguaçu, a ex-primeira-dama brilha desde o berço (Nejmi significa “estrela” na cultura libanesa). Na infância, costumava fazer compras no mercado na companhia de seu macaco de estimação. Vive em Manaus desde 1994 e Omar é seu segundo marido (o casamento ocorreu em 2006). Eles tiveram três filhos. Quando Aziz estava à frente do Executivo do Amazonas, empenhou-se em contratar globais para bombar a festa de Parintins. Os famosos atrairiam mais público e, de quebra, ela poderia ficar íntima de alguns deles. Organizou tour com artistas para visitar a floresta e o Rio Negro, sempre com tudo do bom e do melhor. A estratégia deu certo. A então primeira-dama ficou íntima da atriz Susana Vieira e do promoter David Brazil.

Com o tempo, Nejmi decidiu passar para a frente dos holofotes e virou garota-propaganda de programas do governo do marido — de campanhas contra a dengue ao combate à violência contra a mulher. Seja em caminhadas pela paz, seja em jantares de gala para políticos, sempre gostou de usar as peças compradas nas lojas de São Paulo de grifes como Dolce & Gabbana. A paixão pelo luxo é tamanha que ficou registrada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Seu assessor pessoal, Celso de Oliveira, também investigado pela PF, efetuou uma compra de 600 000 reais na joalheria Amsterdam Sauer do Rio de Janeiro em 2013. Na época, ele ganhava 13 000 reais por mês. A polícia suspeita que Oliveira não seja o verdadeiro dono dos colares de diamantes. No dia da prisão da ex-­primeira-­dama, a polícia não encontrou um pingente sequer. De boba, ao que parece, Nejmi não tem nada.

 

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