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27 November 2024
Foto reprodução : Ângelo Pontes/ Agecom

Neto ‘admite’ candidatura ao cogitar assumir presidência do DEM

É tendência entre os partidos o chamado processo de “renovação” dos quadros e dos dirigentes. Tanto que, em Brasília, algumas legendas já começam a ter diferentes alas separadas pela cor do cabelo. São os “cabeças pretas” controlando as estruturas partidárias, numa tentativa de mostrar que há modernidade na velha política, enquanto os “cabeças brancas” fingem manter o status político. Nesse contexto, o prefeito de Salvador, ACM Neto, é cotado como um dos nomes mais fortes para assumir a direção nacional do DEM. Considerado o maior expoente do partido no Brasil ao conquistar a reeleição com quase 74% dos votos, o herdeiro do carlismo é citado, ao lado de Rodrigo Maia, na condição de salvador da pátria de um partido que esteve no ostracismo durante as gestões do PT no Palácio do Planalto.

Agora, o DEM ressurge das cinzas e aposta nos “cabelos pretos” de ACM Neto para alavancar o partido. E, ao cogitar assumir a presidência do partido, o prefeito de Salvador também sugere que deve deixar o Palácio Thomé de Souza para concorrer ao governo da Bahia em 2018. A tendência ficou encorpada nos últimos dias e, caso ACM Neto seja eleito presidente do DEM, será o sinal mais claro de que, em abril, o gestor deixa a prefeitura.

O argumento vem de um ato do próprio prefeito: ao assumir em 2013, o então recém-chegado ao Executivo soteropolitano proibiu que nos orbes do primeiro escalão da prefeitura haja algum dirigente partidário. De lá para cá, ele até flexibilizou um pouco a regra, tanto que Tia Eron permanece na direção regional do PRB, ainda que também seja secretária do município. Porém é sabido que ACM Neto tenta separar o “político” do “gestor” e não seria de bom tom acumular a presidência do DEM e a prefeitura de Salvador.

Qualquer atitude diferente dessa desincompatibilização traria um prejuízo eleitoral de longo prazo e incomodaria ainda aliados que deixaram as direções partidárias para figurar como secretários do Executivo da capital baiana. E os “cabelos pretos” seriam facilmente extintos da cabeça do prefeito, algo que nenhum representante da “nova política” iria querer. Bahia Notícias