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3 October 2024
Foto: Bahia.Ba

Neto é alfinetado por todos adversários em debate na TVE; Isidório propõe boicote à TV Bahia

O primeiro debate televisivo da campanha eleitoral de Salvador, exibido pela TVE na noite desta quinta-feira (21), com apresentação do jornalista Bob Fernandes, foi marcado pelo tom morno e ataques de todos os candidatos ao atual prefeito ACM Neto (DEM), que não compareceu ao evento. O clima só esquentou um pouco no terceiro bloco, no momento em que Fábio Nogueira (PSOL) tirou Alice Portugal (PCdoB) do script, ao perguntar se ela concordava com a construção da Ponte Salvador-Itaparica, a um custo estimado de R$ 7 bilhões, criticada ainda por ambientalistas por impactar o meio ambiente da Baía de Todos-os-Santos. A comunista tergiversou, disse que o projeto não estava em debate, elencou obras de mobilidade feitas pelo governador Rui Costa (PT) e, por fim, afirmou acreditar que “se o governador fizer a ponte, fará dentro de um padrão que não prejudique” o meio ambiente.

Nas outras duas primeiras partes, os postulantes apresentaram propostas sobre variados temas e usaram a maior parte do tempo para cutucar o democrata. Ao falar sobre as finanças, Rogério Tadeu da Luz (PRTB) prometeu economizar recursos por meio do enxugamento da máquina pública. “Nossa proposta é reduzir através de todos os cortes de indicação política. Queremos uma nova forma de fazer licitação. Enfim, com isso, vamos economizar 30%. Vamos cortar cargos que servem para nada. Casa Civil não serve para nada. Precisamos tirar da atividade meio e coloca em atividade fim”, propôs. O aspirante ao Palácio Thomé de Souza ainda falou sobre a escolha de Bruno Reis (PMDB) como vice de Neto, o qual foi chamado de “prefeito com validade vencida”, que entregaria o Município ao ministro Geddel Vieira Lima, segundo ele, “apaixonado por caixa 2”.

Alice Portugal (PCdoB) aproveitou a discussão sobre geração de emprego e renda para criticar o modelo adotado pela atual gestão. “O trabalho é um grande problema. O desemprego voltou a crescer com a crise mundial, mas em Salvador piorou com as escolhas do prefeito. As escolhas para maquiagem, subir IPTU. Vamos garantir rede de economia solidária para trabalhadores comuns. Vou criar catálogo de serviços. Vamos correr atrás de indústrias limpas, de empresas de serviços. O camelô não vai apanhar, não vai receber gás lacrimogêneo. Vamos garantir justiça ao invés de reprimir”, pontuou.

O Pastor Sargento Isidório (PDT) se utilizou da tradicional irreverência, ao dizer que a Transalvador instala “chupa-cabras” na cidade, chamar as ordenações do comércio de ambulantes de “tirania” e propor boicote ao debate na TV Bahia por causa da ausência do prefeito no programa da TVE. “O dinheiro da corrupção é o que faz o menor abandonado. No mais, quero dizer que temos proposta. Nosso plano de governo está na internet. São 27 capítulos. Quero terminar dizendo: se os companheiros querem honrar a imprensa, não devíamos ir na televisão desse quase coronel [ACM Neto]”, pediu.

Já a vice-prefeita Célia Sacramento (PPL) foi mais incisiva, ao atacar o partido do seu parceiro de chapa em 2012. “Não podemos admitir que a gestão não passe por problemas. Não foi nessas gestões [Lula e Dilma] de 12 anos que se inventou a corrupção. Já existe. O DEM é o partido mais corrupto do Brasil”, disse. Questionada por Da Luz sobre a escolha de Reis como vice, ela voltou a se dizer “traída”. “Tem sido a pergunta que todas as pessoas têm feito. Acabei de chegar de Mar Grande, fui a Cajazeiras. As pessoas me perguntam: por que você largou o prefeito? Gente, pelo amor de Deus, eu não larguei. Conversei com ele um ano antes, ia sair do PV. Muita gente só votou nele por causa de mim. Parei meu projeto para aceitar o prefeito. Todo mundo esperava que eu continuasse”, apostou.

Fábio Nogueira polemizou mais uma vez ao tratar do tema segurança. “O prefeito cruzou os braços. Segurança é mais que repressão, extermínio negro nas periferias. Vamos iniciar um debate da legalização das drogas, a partir da maconha. A prevenção ao crime e não repressão. O guarda municipal pode ser agente de promoção da segurança na cidade. Infelizmente, o prefeito cruza os braços”, criticou. Outro ponto de destaque do socialista foi uma denúncia de que a construção do Hospital Municipal de Cajazeiras irá “destruir o único manancial de água potável de Salvador, que é o Rio Joanes”.

O candidato do PP, Cláudio Silva, evitou um confronto mais direto com ACM Neto, mas criticou a política de educação. “A creche é o ponto de partida do processo educacional e, por isso, é necessária uma junção entre creches comunitárias e municipais. O pai e a mãe precisam trabalhar, precisam deixar o seu filho. Muitas vezes são levados a não trabalhar, pois não tem lugar para botar as crianças. Creches comunitárias são a saída nesse momento. É preciso uma política de valorização”, contou.

Com informações do Bahia.Ba