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25 November 2024
Foto: Reprodução

Obras em sítio do ex-presidente podem ter sido forma de propina

As obras realizadas pela Odebrecht no sítio frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família em Atibaia, podem ter sido feitas com propina. Segundo o segundo o procurador da Lava-Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima. Ele afirma que a mudança de postura da empreiteira, que ontem passou a admitir ter feito serviços na propriedade, é sinal de que a empresa tenta minimizar os fatos.

— É uma tentativa de defesa. Dizer que foi favor, presente, é uma forma de minimizar o que realmente pode ter acontecido. As obras aconteceram. A Odebrecht pagou por elas. Eu desconfio de cavalo de troia — disse ao GLOBO, na manhã desta quinta-feira, no Ministério Público Federal em São Paulo, durante ato em comemoração ao recolhimento de 1,5 milhão de assinaturas em apoio às medidas anticorrupção.

Questionado se as obras do sítio podem ter sido pagamento de propina ao ex-presidente por favores prestados por ele durante os seus mandatos, Lima respondeu: — Os pagamentos de propina podem ter vínculo com fatos acontecidos no passado. Isso (as obras da Odebrecht) pode ter sido um pagamento de propina.

Para o procurador, é necessário desconfiar do reposicionamento da empresa.

— Nós já temos certeza que a Odebrecht está diretamente ligada ao sítio. Acho muito estranho, quando a própria empresa traz um funcionário seu para falar uma coisa que, em tese, configura aquilo que já estava sendo investigado e havia sido negado pela empresa anteriormente.

O engenheiro Frederico Barbosa afirmou, em depoimento à Lava-Jato nesta segunda-feira, que trabalhou na reforma do sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Atibaia, no interior de São Paulo, atendendo a um pedido de um chefe seu na Odebrecht.

O Globo