Pandemia escancara necessidade de atenção para a obesidade
A pandemia do novo coronavírus trouxe de forma mais contundente os riscos da obesidade.
Dados, pesquisas e números comprovam que pessoas com outras comorbidades, como hipertensão e diabetes, têm mais chance de desenvolver a versão mais grave da Covid-19, e não conseguir se recuperar em casa, precisando ir para uma unidade de saúde. De lá, muitas vezes vão para a Unidade de Terapia Intensiva para ter mais chance de se recuperar, pois o sobrepeso impacta na reabilitação do paciente.
O Brasil é um dos países onde a quantidade de pessoas com obesidade só aumenta. A pesquisa anual de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, apontou que passou de 11,8% em 2006, ano em que o monitoramento começou a ser feito, para 20,3% em 2019 – incremento de 72%. Significa que dois em cada 10 brasileiros têm obesidade. Entre as mulheres, a taxa da doença foi de 21%, e entre os homens, 19,5%.
Com foco em conscientizar, debater e sugerir formas de prevenção e tratamento para pacientes com obesidade, foi realizado, no último dia 15/10, o webinar “Raio X da Obesidade: o que a Covid-19 expôs sobre a vulnerabilidade do paciente?”.
Com iniciativa e realização do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) e patrocinado pelo Novo Nordisk, o evento teve a participação de especialistas que discutiram a importância das políticas públicas no tratamento desses pacientes e quais melhorias são necessárias para o combate efetivo da obesidade no país.
O webinar foi moderado por Marlene Oliveira, presidente do LAL, e por Cintia Cercato, médica endocrinologista, professora da pós-graduação em obesidade na USP e diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO).
Os participantes convidados foram Gisele Bortolini, coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde; Flávia Tanaka, especialista em Regulação de Saúde Suplementar da Agência Nacional de Saúde Suplementar; Cristiane Pantaleão, vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS); e Luiz Teixeira Júnior, que já foi secretário de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, e atualmente é deputado federal.
Marlene Oliveira conduziu o webinar e reforçou que o LAL está acompanhando de perto as discussões sobre obesidade, afinal é a causa transversal de seus dois principais eixos de atuação: câncer e doenças cardiovasculares. Assim, entende que a Covid-19 demonstrou a essencialidade de colocar o paciente com obesidade na discussão de melhorias do sistema de saúde.