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27 September 2024
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Pela 1ª vez em 11 anos, salário do brasileiro recua e número de desempregados cresce, aponta IBGE

Renda média é de R$ 1.853. População ocupada também registrou a 1ª queda desde 2004

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2015, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta sexta-feira (25), mostrou recuo no salário real do trabalhador brasileiro, de R$ 1.950 em 2014 para R$ 1.853 em 2015. Os rendimentos das aposentadorias, de benefícios sociais, de trabalhadores domésticos e a renda familiar no geral também sofreram diminuição.

No caso das aposentadorias, recebimento de aluguéis, juros, benefícios sociais, o rendimento médio em 2014 havia sido de R$ 1.845. Em 2015, diminuiu para R$ 1.746, o que representa uma queda de 5,4%. No caso dos empregados e trabalhadores domésticos, a média dos rendimentos no ano passado foi de R$ 1.832, quase 2% a menos que os R$ 1.867 registrados em 2014.

A renda das famílias, chamada pelo IBGE de “domicílios particulares permanentes”, também está menor. Em 2015, foi de R$ 3.186, um recuo de 7,5% em relação a 2014, quando esse valor havia sido de R$ 3.443.

O rendimento médio real caiu para todo mundo, mas há ao menos uma notícia boa: a desigualdade de salários entre homens e mulheres diminuiu. Os homens de 15 anos de idade ou mais ganharam, em média, R$ 2.058, enquanto as mulheres da mesma faixa etária receberam, em média, R$ 1.567.

Proporcionalmente, as mulheres ganharam 76,1% do rendimento dos homens em 2015 — um aumento de 1,6 ponto percentual em relação a 2014, quando essa relação foi de 74,5%. Em 2014, homens receberam, em média, R$ 2.184, enquanto as mulheres ganharam R$ 1.627.

Número de pessoas trabalhando sofre queda

Outro dado importante apresentado pela pesquisa é a redução da população ocupada, que teve a primeira queda dos últimos 11 anos. O mercado de trabalho perdeu cerca de 3,8 milhões de pessoas de 2014 para 2015. Na indústria, os dados são ainda piores. Foi registrada a perda de cerca de um milhão de ocupados.

Em relação a 2014, a participação dos empregados despencou de 61,3% para 60,6%, enquanto a dos que trabalham por conta-própria cresceu de 21,4% para 23,0%. Além disso, 2 milhões de ocupados deixaram de contribuir para a previdência.

O mercado de trabalho mostrou, ainda, aumento de 38,1% da população desocupada (mais 2,8 milhões de pessoas), que chegou a 10 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade em 2015.