Perigo de mistura entre álcool e analgésicos é real, apesar da falta de pesquisas
Ingerir analgésicos para tratar dores de cabeça e musculares é uma prática comum, principalmente por não ser necessário ter receita para adquiri-los, mas a ingestão descontrolada e associada à ingestão de álcool pode causar diversos efeitos colaterais. Os remédios para controlar e amenizar as dores, analgésicos, são campeões de vendas nas farmácias brasileiras e podem causar quadros de dependência por suas substâncias. O álcool pode interagir negativamente com muitas medicações, tanto prescritas, não prescritas e até as naturais. A Dra. Carolina Hanna, psiquiatra do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, alerta que faltam pesquisas e dados consistentes sobre a mistura, mas que existem muito indicativos sobre a questão. Ela afirma que o maior problema da combinação das substâncias é como a pessoa fará esse uso, “muitas vezes os efeitos passam despercebidos e os usuários podem passar a utilizá-las frequentemente”. Os efeitos do álcool nas mulheres pode oferecer mais riscos, tanto pela composição corporal feminina, que possui menos água do que a dos homens, mas também pelas mulheres também sofrerem mais de transtornos de dor do que os homens, aumentando o risco para o consumo dessa combinação. Além das mulheres, os idosos geralmente têm mais dores e podem sofrer riscos ainda maiores se fizerem uso de outros medicamentos contínuos. Os jovens possuem um perigo mais específico quando apresentam ressacas por exagerarem de álcool e passarem a abusar de analgésicos para fazer com que os sintomas desapareçam. Hanna destaca que o álcool pode ser sintetizado no mesmo órgão que o remédio ou pode acabar fazendo um campo de guerra com a ação do medicamento. “Em muitos momentos os dois vão agir de forma diferente, porém complementar. Por exemplo, o álcool tem uma ação na dor e o medicamento também. O remédio é tomado para desenvolver um determinado efeito previsto, você espera que tenha um determinado resultado e quando ocorre a ingestão concomitante de álcool, a junção se torna quase imprevisível”, afirma a psiquiatra. Outro fato a ter atenção é que as dores muitas vezes são um alerta do corpo para defendê-lo de alguma piora. Dentre os efeitos colaterais dessa mistura estão taquicardia, sonolência, tontura, dificuldade de respirar, lapsos de memória, gastrite, problemas no fígado, entre outros. Como cada medicação tem um perfil de efeitos colaterais e metabolização em locais diferentes, é preciso analisar como cada analgésico especificamente interage com as bebidas alcoólicas.