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25 September 2024

Perseguição policial acaba com idoso de 74 anos morto na Saramandaia

Durante a perseguição um dos bandidos correu em direção à vila em que fica a casa de Almir, na rua do Tubo, mas o local não tem saída. Os familiares contaram que foi nesse momento que o bandido forçou e arrombou a porta do idoso. Ele invadiu o imóvel e escapou por uma escada que leva para a laje da casa. De lá, o criminoso pulou de telhado em telhado e conseguiu escapar.

O policial civil que perseguia o bandido confundiu o idoso de 74 anos que estava deitado no chão com o criminoso e, ainda do lado de fora da casa, fez diversos disparos. Três balas acertaram a região pélvica e a virilha de Almir. Os tiros acertaram também uma poltrona que estava ao lado. Depois da confusão foi possível ver os buracos.

“Quando o policial começou a fazer os disparos meu pai gritou que ele era morador, e minha mãe saiu da cozinha desesperada gritando que ele era o dono da casa e pedindo para o policial parar de atirar. Meu pai é um idoso e estava deitado no chão, ele não representava um risco para a vida do policial, então, por que ele atirou?”, questionou Elen.

Poltrona tem marcas de tiros (Foto: Acervo Pessoal)

Seu Almir foi socorrido pelos policiais para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgia. Ele ainda está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e o estado de saúde é considerado estável. Como ele está na UTI, a família ainda não pode estar com o idoso, mas foi informada pela equipe médica de que ele está lúcido.

A esposa de Almir foi levada pelos policiais até a Delegacia de Repressão a Frutos e Roubos de Veículos (DRFRV), em Saramandaia, para registrar a ocorrência. Depois da confusão, policiais voltaram ao imóvel, recolheram as capsulas das balas e ajudaram o neto do idoso a limpar o local. Seu Almir mora há 12 anos na mesma casa.

Nesta tarde, a esposa da vítima decidiu deixar o bairro. “Minha mãe vai ter que sair do bairro porque passou um carro atirando e ela está em desespero, não dá mais para ficar lá”, disse a filha do casal.

Procurada, a Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre o caso.

Já a Polícia Militar disse que deu apoio, mas que a operação em Saramandaia era da Polícia Civil, e solicitou que a reportagem entrasse em contato com os investigadores.

Operação
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública, equipes da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) foram ao bairro para investigar denúncias de que homens armados circulavam pela região, quando foram recebidos a tiros. No confronto, quatro suspeitos foram atingidos e três não resistiram, morrendo no local. Um policial também ficou ferido.

O delegado Marcelo Tannus, titular do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc), que participou da operação, informou que os criminosos são suspeitos de fazer parte de uma quadrilha de traficantes do Nordeste de Amaralina.

Com eles, a polícia apreendeu duas espingardas calibre 12, uma pistola Glock adaptada para disparar rajadas, munições de diversos calibres, coletes antibalísticos, além de 100 trouxas de maconha e uma balança.