Pesquisa brasileira comprova presença de coronavírus no ar
Uma pesquisa brasileira comprovou a presença do novo coronavírus no ar. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CTDN) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e publicado na revista Environmental Research.
O resultado da análise alerta ainda mais sobre como a transmissão do vírus é mais perigosa pelos aerossóis. Especialistas têm ressaltado que esta é a principal via de transmissão da covid-19.
Os aerossóis são pequenas partículas, invisíveis a olho nu, que ficam suspensos no ar. Essas partículas são diferentes das gotículas de saliva, que só têm um alcance de até uns dois metros. No caso dos aerossóis, eles podem ficar suspensos no ar por um bom tempo depois que a pessoa infectada já passou pelo ambiente.
A pesquisa brasileira analisou amostras de dois hospitais de Belo Horizonte, pontos de ônibus, estacionamentos e calçadas.
O coronavírus foi detectado em quatro de cinco amostras coletadas em um dos hospitais, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no corredor que dá acesso à UTI, na sala de retirada das vestimentas e no banheiro. Nos ambientes externos não foram detectadas amostras do vírus.
Com isso, os pesquisadores alertam para a necessidade de manter os ambientes ventilados para evitar a contaminação pela covid-19 e destacam como o risco de contaminação aumenta em lugares com pessoas sem máscara, como restaurantes e bares.
“Trata-se principalmente de espaços fechados com circulação de ar insuficiente, nos quais a taxa de troca de ar costuma ser muito menor do que o necessário, na presença de indivíduos tossindo, espirrando, falando alto, gritando, cantando ou em atividades expiratórias intensas (durante exercícios físicos intensos, por exemplo), especialmente quando as políticas sobre o uso de máscaras e a concentração de pessoas não podem ser seguidas à risca”, salienta o estudo.
Os resultados da pesquisa são semelhantes aos encontrados por um estudo publicado na revista Nature neste mês. O estudo concluiu que a principal via de transmissão da covid-19 é por via aérea. Em outubro do ano passado, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos também anunciou que o vírus que causa a covid-19 pode se espalhar por meio de partículas suspensas no ar.