Pestana fecha nove dos 22 andares
A crise atingiu em cheio o Pestana do Rio Vermelho – maior hotel de Salvador, com aproximadamente 430 leitos, na torre principal e no lounge. Atualmente, pouco mais de 200 leitos estão disponíveis para uso. Após o corte de mais de 100 trabalhadores nos últimos meses, o hotel está com nove dos 22 andares – 40% do total – fechados, terceirizou a operação de eventos e reduziu os serviços de restaurantes, de acordo com informações de empresários do setor, que veem o cenário com grande preocupação. Nos bastidores, o que se diz é que a questão seria um reflexo das dificuldades enfrentadas pelo setor, que tem convivido há muito tempo com uma média de ocupação em torno de 56% – abaixo do mínimo de 60%, considerado o limite para permitir retorno – além de problemas próprios da rede. Sem precisar quantos quartos estão fechados, o grupo que administra o estabelecimento no Rio Vermelho, diz que o “Pestana Bahia está operando normalmente desde o início do ano com os mesmos 310 quartos que foram remodelados e que conforme as práticas normais em hotelaria, em datas de menor ocupação é habitual alguns pisos serem temporariamente encerrados por uma questão de eficiência operacional e até poupança energética”. Pois é, o problema é que quem conhece do assunto garante que a situação está longe da normalidade.
A Gol e o hub da TAM
Quando questionado por representantes do turismo baiano a respeito da possibilidade de a Bahia disputar o hub, uma espécie de central de operações, de US$ 520 milhões que a TAM pretende implantar no Nordeste do Brasil, o governador Rui Costa respondeu que a companhia aérea estaria buscando reduzir a alíquota de ICMS e descartou participar da disputa. Agora, a turma vê Rui anunciar a redução do mesmo imposto para atrair voos da Gol, e chega à conclusão de que os motivos que deixaram a Bahia de fora só podem ser outros, diferentes do anunciado. Não seria a questão geográfica, ou as limitações do aeroporto, cujas obras nunca terminam? Fato é que Pernambuco, Ceará e o Rio Grande do Norte disputam, quase no tapa, o investimento que deve gerar mais de 34 mil empregos diretos e indiretos.
Pavan na terra do caruru
O caruru do escritório Salvador Destination, em comemoração ao Dia Mundial do Turismo, na última quarta-feira, contou com a ilustre presença do embaixador da ONU para o Meio Ambiente, Pavan Sukhdev, que veio pela primeira vez à Bahia na última semana para participar do Fórum Agenda Bahia. Duas coisas chamaram bastante a atenção do indiano, conta o jornalista Geraldo Vilalva: a pimenta e a beleza de Salvador. Ele visitou o Pelourinho, Carmo, Mercado Modelo, foi à missa na Igreja do Rosário dos Pretos, almoçou no Paraíso Tropical, conheceu o Porto e o Farol da Barra, Rio Vermelho e ainda conseguiu tempo para passear de lancha pela Baía de Todos-os-Santos.
Quase a pão e água
Nos preparativos para o evento realizado ontem pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) em defesa do Sistema S, o presidente da entidade Ricardo Alban dizia em tom de brincadeira que um dos muitos atrativos para a ida do público ao Farol da Barra é que a entidade iria distribuir os pães fresquinhos produzidos no local. “E vai ter suco também”, ressaltou. “Seria uma maldade deixar o povo a pão e água, mas é quase isso o que o governo está querendo fazer com a gente”, riu. Falando sério, Alban acredita que a semana que se inicia será fundamental para o Sistema S. Espera-se que o governo defina se vai “confiscar” ou não 30% das contribuições do setor. A torcida é pelo não.