
PIB potencial do Brasil cai de 3,5% entre 2004 e 2010 para 1% em 2016
Um estudo realizado pelo economista para o Brasil do banco espanhol BBVA mostra que o chamado Produto Interno Bruto (PIB) potencial caiu de uma média de 3,5% entre 2004 e 2010 para cerca de 1% em 2016. A desaceleração da China, o momento do mercado de má gestão da macroeconomia doméstica e a falta de reformas são citadas como causas para a queda significativa do PIB potencial do Brasil.
“A deterioração geral da economia brasileira nos últimos anos produziu uma redução significativa na capacidade do País de crescer sem gerar distorções”, diz o economista do banco espanhol para o Brasil, Enestor dos Santos. O estudo cita que o PIB potencial de 2015 ficou em 2,2%. Portanto, o indicador de 2016 caiu para menos da metade.
O PIB potencial é uma projeção feita por analistas sobre a capacidade da economia de um país de crescer sem gerar distorções, especialmente aumento da inflação. Quanto maior esse indicador, mais espaço a economia tem para avançar sem provocar gargalos.
No estudo do BBVA, Enestor dos Santos cita que o PIB potencial do Brasil caiu como resultado da conjunção de fatores internos e externos. “A desaceleração da China, a consequente queda no preço das commodities, a má gestão das políticas econômicas locais, a falta de reformas para estimular a produtividade interna, entre outros fatores, têm contribuído para a queda do PIB potencial”. Com esse quadro, o economista cita que cada um dos componentes do PIB potencial tem mostrado deterioração: o capital, o trabalho e a produtividade global.
2004 e 2010 – O estudo mostra que o PIB potencial deve continuar próximo do atual patamar no médio prazo. Para o período entre 2016 e 2020, o BBVA prevê média de 1,1%. Antes, o economista previa 2,2% para o período. Santos explica que a perspectiva de PIB potencial mais baixo para o restante da década é resultado “não só da deterioração registrada nos últimos anos, mas também por perspectivas menos positivas para o futuro”.