PMs viram assassino de engenheiro, mas não desconfiaram
Uma viatura com PMs passou pelo suspeito de ter matado o engenheiro civil Sérgio de Brito Domingos, 59, na Barra, mas eles não desconfiaram. A vítima foi assassinada a facadas dentro do próprio apartamento, no Gavazza Residencial, na rua Professor Lemos de Brito, no Morro do Gavazza.
O crime foi por volta das 23h30 do último domingo, 13. O assassino tentou fugir levando o carro de Sérgio, onde colocou alguns pertences, mas não conseguiu abrir o portão eletrônico da garagem e escapou a pé.
Sob anonimato, uma moradora contou que o suspeito jogou duas sacolas e uma caixa de sapatos por cima do portão, depois pulou. Os controles da televisão e do portão da garagem, além de uma caixa de Viagra e outra de perfume, foram achados próximos ao prédio.
“Minha irmã viu o homem pulando e disse que havia um ladrão no prédio. Instantes depois, passou uma viatura. Um rapaz parou e avisou”, disse.
Outra relatou que pessoas já haviam ligado para o 190 quando um vizinho parou a viatura na rua: “O policial disse que passou pelo cara, mas não desconfiou”.
Segundo o major Edmundo Assemany, da 11ª CIPM (Barra), a informação inicial que a polícia recebeu era sobre uma tentativa de roubo a carro, mas depois uma vizinha viu a porta do apartamento do engenheiro aberta. “Fizemos rondas ao tomar conhecimento da morte, mas não localizamos o suspeito”, relatou o comandante.
Conforme o major, vizinhos relataram que Sérgio teria ido à Parada Gay e retornado com o assassino. Ele morava sozinho. A equipe de perícia encontrou uma televisão e uma caixa de sapato dentro do carro da vítima, que o suspeito tentou roubar. O empresário dinamarquês Kristian Paulsen disse ter ouvido o barulho das discussões por volta das 21h.
“Não deu para entender o que eles falavam”, conta. Moradores da rua disseram que Sérgio era discreto, “gente boa” e educado. O enterro será hoje, às 10h30, no Jardim da Saudade.
Barulho
De acordo com a assessoria da Polícia Civil, vizinhos de Sérgio ouviram discussão e barulho de objetos quebrando e ligaram para o 190. Eles afirmaram que a vítima era homossexual e recebia muitas visitas em casa.
E, ao ser questionado sobre a movimentação, dizia que essas pessoas eram sobrinhos dele. O engenheiro também vendia carros e justificava que o movimento no apartamento era de clientes.
Ainda segundo a assessoria, o corpo foi encontrado de cueca no banheiro, com as mãos algemadas com um lacre plástico, os pés amarrados com um pano, sinais de estrangulamento, além dos ferimentos das facadas. As câmeras do prédio não estão funcionando. Caso é investigado pelo Departamento de Homicídios.
Por: Rodrigo Meneses/ A Tarde