População vive pior crise humana mundial desde a 2ª Guerra, diz ONU
O mundo atravessa sua pior crise humana desde a 2.ª Guerra e cerca de 128 milhões de pessoas precisam de ajuda em diversos continentes. Nesta segunda-feira (5) a ONU lançou um apelo para o financiamento de suas operações de resgate e estima que em 2017 precisará de US$ 22,2 bilhões para sair ao socorro da população afetada por guerras e desastres ambientais.
O valor solicitado é inédito e a ONU insiste que nunca, desde o final da 2.ª Guerra, tantas pessoas no planeta estiveram sob um risco tão elevado.
Diante da dificuldade em sair ao resgate de todos, a entidade dará prioridade a 33 países e estabelecerá operações para atender 93 milhões de pessoas consideradas as mais vulneráveis. “O mundo está enfrentando um estado de crise humana jamais visto desde o final da 2.ª Guerra. No total, 128 milhões de pessoas estão sendo afetadas por conflitos, deslocamentos, desastres naturais e profunda vulnerabilidade”, indicou a ONU em seu apelo por recursos.
“A escala da crise hoje é maior do que em qualquer outro momento desde a criação da ONU”, declarou Stephen O’Brien, sub-secretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários. “Em nenhum momento no passado recente tantas pessoas precisaram de nossa ajuda e solidariedade para sobreviver.”
Em seu apelo por recursos, a ONU incluiu ações para lutar contra a fome na bacia do Lago Chade e no Sudão do Sul, atendimento para civis na Síria, Iraque e Iêmen, e educação para crianças em zonas afetadas pelo fenômeno El Niño.
A guerra na Síria, porém, estará entre as mais custosas financeiramente. No continente americano, o foco do resgate será o Haiti.
Crise. Se o mundo vive sua pior crise humana, a ONU também atravessa uma situação financeira delicada. Para 2016, a entidade recebeu apenas 52% da verba que havia solicitado para sair ao socorro das populações pelo mundo.
Ao final de 2016, o buraco nas contas da entidade chegou a US$ 10,7 bilhões, o maior de sua história. “A vida de milhões de meninas, mulheres e homens estão em nossas mãos”, disse O’Brien, ao lançar o apelo. “Não podemos abandoná-los.”