“Precisamos valorizar, cada vez mais, a nossa cultura, manter a identidade negra viva”, diz Suíca durante celebração à Revolta dos Búzios
O bloco afro Olodum promoveu, no último domingo (13), em diferentes pontos de Salvador (Pelourinho e Avenida Sete) atividades da festa da ‘Revolta dos Búzios de 2017’ para manter a tradição e celebrar a revolta ocorrida entre 12 e 25 de agosto de 1798. Presente aos eventos, o vereador da capital Luiz Carlos Suíca (PT) destacou o sentido histórico da festa e defendeu mais apoio para a cultura na Bahia.
“Precisamos valorizar, cada vez mais, a nossa cultura, manter a identidade negra viva entre os festejos populares. Muitas pessoas celebram a data da revolta no dia 25 de agosto, mas as prisões aos negros acontecerem desde o dia 12. Essa passagem da história é também denominada de Conjuração Baiana e Revolta dos Alfaiates. Mas ficou Búzios, com esse caráter emancipacionista, ocorrido entre 1798 e 1799, na então capitania da Bahia, colônia brasileira”.
Para o líder do PT na Câmara de Salvador, “o Olodum mantém viva a história das lutas que destacaram a Bahia como um estado que travou importantes embates por liberdade”. Suíca ainda salienta a atuação do presidente João Jorge Rodrigues ao homenagear heróis como Lucas Batista, Luis Gonzaga da Virgem, Manoel Faustino e João de Deus, todos participantes da revolta. “São nomes que refletem a rebeldia da época, principalmente pelo fim da escravidão e por igualdade entre os povos. Já é uma tradição do Olodum realizar esse evento que, a cada ano, cresce mais e mais”.
O edil petista ainda diz que a celebração à Revolta dos Búzios também faz refletir sobre o atual momento político e social do país. “Deve servir de exemplo para os jovens irem mais às ruas, nesse período político que vivemos, e é uma continuidade da luta por liberdade religiosa, por jovens nas universidades, no mercado de trabalho e contra o extermínio do povo negro. É uma luta contra as forças hegemônicas, que escravizam e têm representantes golpistas, retirando direitos de trabalhadores e concedendo regalias aos ricos”.