Prefeito ACM Neto pode comandar fusão do PPS com PSB
O prefeito ganharia um expressivo tempo de TV, porém causaria reviravolta no PSB g
Após a tentativa de fusão do DEM com o PTB ir por água abaixo, o prefeito ACM Neto avalia qual a melhor estratégia política-partidária que poderá lhe garantir a reeleição em 2016 e uma candidatura ao governo estadual em 2018. Políticos próximos ao gestor soteropolitano acreditam que o destino do democrata passa por três opções, entre elas a fusão do PPS, seu atual aliado em Salvador, com o PSB. As outras opções possíveis seriam migrar para o PMDB, que tem na Bahia o cacique Geddel Vieira Lima ou permanecer onde está, no Democratas.
O que está em jogo é a estrutura que lhe dê condições de lançar voo da esfera municipal para a estadual.
A ida do prefeito para o partido resultante do PSB com o PPS estaria sendo costurada diretamente em Brasília e, inevitavelmente, causaria uma reviravolta na atual hoste socialista . O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, afirmou já ter “ouvido” essa conversa, mas evitou entrar em detalhes em entrevista à Tribuna. “Esses assuntos são os companheiros da Bahia que devem tratar. Eu tenho como prática no PPS só analisar os problemas nos estados ouvindo os próprios estados. Não vou decidir nada sem ouvir. Eu até já ouvi falar disso, mas não tive nenhuma conversa com ele [ACM Neto]”, desconversou o dirigente nacional.
Da fusão das duas legendas, poderá nascer uma com sete senadores, três governadores, 45 deputados federais, 92 estaduais, 568 prefeitos, sendo quatro destes em capitais, 5.831 vereadores e 792 mil filiados. Seria esse o cenário em que Neto se lançaria como liderança nacional, mantendo como aliado na Bahia o Democratas sob cuidados do atual secretário da Fazenda de Salvador, Paulo Souto, e do deputado federal e já presidente do DEM baiano, José Carlos Aleluia. ACM Neto ganharia um expressivo tempo de TV e levaria consigo quadros do PSB que sempre foram aliados do PT, partido que busca aglutinar forças para enfrentar o democrata nas urnas em 2016.
Porém, em caso de confirmação da aliança, a senadora Lídice da Mata é tida como um grande empecilho, levando em conta sua adesão com o governo estadual. Porém, já se fala até mesmo que o caminho para a socialista histórica seria a mudança para alguma legenda da base, caso resolva se rebelar.
Entretanto, vale ressaltar, na eleição passada, como forma de dar palanque ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (in memória), à Presidência da República em 2014, se lançou candidata ao governo da Bahia, disputando com o Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, ela disse que: “Se existe partido é para disputar, se não é um clube de amigos”, e lembrou também que o PSB, nos últimos anos, “foi uma das forças mais fiéis ao PT e esse papel de figurante tem prazo de validade limitado; já se esgotou”.
O projeto da fusão do PSB com o PPS, inicialmente, era dada como certa e a previsão era que fosse concretizada no próximo dia 20.
Mas a ala pernambucana do PSB apresentou dificuldades em aderir à fusão por medo de perder representatividade na sigla para diretórios do eixo Sul-Sudeste. Freire lamentou o atraso no andamento das tratativas e pontuou a necessidade, segundo ele, de se ter uma terceira força política no país. “Politicamente, estamos vendo um país precisando ter alguma alternativa além das duas forças que se enfrentam. As contradições internas no governo se aproximam de um quase motivo para impeachment”, analisou.
A união do DEM e PTB não teria dado certo por que os petebistas teriam feito exigências inconcebíveis, o que teria desanimado os democratas. Entres os imbróglios que emperraram a batida do martelo em ambos os lados estava quem iria comandar os diretórios estaduais.