PrEP: profilaxia contra HIV é oferecida para públicos de maior risco
Mais de 70 pessoas já foram atendidas gratuitamente no Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap) com a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), medicamento que previne a infecção pelo vírus HIV.
O tratamento começou a ser disponibilizado em janeiro deste ano para o público considerado de risco, formado por profissionais do sexo, homens e mulheres transexuais, casais sorodiferentes (quando um tem HIV e o outro não), homens gays e bissexuais.
Diretora do Cedap, a médica infectologista Miralba Freire explica que o PrEP é uma droga aprovada internacionalmente e diminui radicalmente a chance de contágio ao ser exposto ao vírus HIV. Miralba salienta ainda que é importante diferenciar a Profilaxia pós-exposição (Pep) da PrEP. A Pep é uma medida emergencial, e a primeira dose deve ser tomada no máximo 72 horas após a exposição.
“As pessoas chegam aqui achando que vão sair com o medicamento, mas não é bem assim. Para obter a PrEP precisa passar por uma triagem para entender se precisa e pode fazer uso da medicação”, conta.
O PrEP tem de ser tomada diariamente para resultar em proteção contra o HIV, esse efeito se inicia a partir do 7º dia para exposição por relação anal e a partir do 20º dia para exposição por relação vaginal.
Apesar de diminuir a chance de contágio, o medicamento não substitui o uso da camisinha. “O ideal é sempre usar preservativo, o PrEP é apenas um recurso a mais”, ressalta a diretora. Miralba lembra ainda que existem outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) além do HIV.
“A profilaxia só protege contra uma DST, existem outras que são tão perigosas quanto. A sífilis, por exemplo, aumentou muito nos últimos anos e a doença pode ficar no organismo por anos e causar sérios danos ao organismo”, diz.
Os casos de sífilis em adultos aumentaram 27,9% de 2015 para 2016 no Brasil.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a oferta da PrEP desde 2012. A profilaxia já é utilizada nos Estados Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá, países onde é comercializada na rede privada.
A França e a África do Sul oferecem a medicação no sistema público de saúde. O Brasil é o primeiro país da América Latina a utilizar a PrEP como política de saúde pública.