Após acusar o secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, de fazer “pedidos não republicanos” à ABDI, ele diz sentir na pele a reação do ministro Paulo Guedes, que irá tocar, dentro da pasta, uma investigação sobre o caso. “A relação do ministro [Paulo Guedes] com o Carlos da Costa, que nem sequer avalia os resultados dele, é muito forte, anterior ao ministério. Não é uma apuração que eu considero isenta”, diz.
Para ele, a única forma de realmente apurar as denúncias que fez seria se a própria Presidência da República, ou a vice, tocassem o processo. “Eu basicamente entendi que a apuração não aconteceria, ao menos não da forma que falaram comigo e que deveria ser feita. Apuração real apenas pela Presidência ou vice”, prosseguiu.
Próximos passos
Consciente de que a sua exoneração deve ocorrer em breve, Augusto Ferreira avalia que um dos próximos passos que podem ser adotados agora pela equipe da Economia é a tentativa de descredenciar a sua denúncia. “Esse cenário é muito conhecido. A gente acompanha. O próximo passo é tentar desacreditar o interlocutor”, avaliou.
“Vão dizer que ataquei o governo… tenho uma superadmiração pelo [ministro] Paulo Guedes, mas o processo será esse. Se esse é o novo Brasil no qual eu votei, ele [Guedes] não deveria permitir a relativização de certo e errado, correto e incorreto. Não há meio caráter”, prosseguiu. “E eles estão relativizando um erro grave cometido pelo Carlos da Costa”, opinou.
“O meu erro foi, além de entregar resultado e ser transparente, defender na minha posição que o país só tem um governo, um presidente, que é o presidente Bolsonaro. Respeito o ministro Paulo Guedes, mas algumas pessoas que trabalham com ele nem sequer defendem o governo nas redes sociais. É um outro Brasil”, finalizou.
Denúncias
O presidente da ABDI contou ter sido pressionado pelo secretário especial de Produtividade e Emprego do Ministério da Economia, Carlos da Costa, a bancar o aluguel de salas em São Paulo sem necessidade. De acordo com Ferreira, os imóveis serviriam para abrigar escritórios da secretaria e criaria um custo adicional de R$ 500 mil por ano à agência, que é mantida por meio de repasses de recursos do Sistema S.