Primeira inciativa de sequenciamento genômico do Brasil quer desvendar DNA da população
Nesta terça-feira (10), o Google anunciou que vai participar do projeto de sequenciamento genômico DNA do Brasil, liderado por Lygia da Veiga Pereira, professora da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a empresa de medicina diagnóstica Dasa. O objetivo é criar um banco com dados genéticos da população para auxiliar em pesquisas na área de saúde, considerando que menos de 0,5% dos estudos realizados no mundo contemplam a população brasileira.
De modo resumido, a iniciativa serve para ajudar a desvendar o genoma da população brasileira, coletando detalhes sobre sua origem e de ondas migratórias que influenciaram a formação do brasileiro. Além disso, as informações poderão ajudar em avanços na prevenção de doenças e até na redução do custo de tratamentos.
A Dasa será responsável pelo sequenciamento das amostras utilizando o equipamento Nova Seq em seu Centro de Diagnóstico em Genômica. Segundo comunicado do Google, o centro processa exames genéticos de mais de 800 laboratórios no Brasil e conta com geneticistas especialistas em onco, cardio, neurogenética e outras áreas. A Illumina, outra parceira do projeto, vai fornecer os insumos utilizados no processo de sequenciamento.
Por fim, o Google Cloud vai contribuir processando os dados de sequenciamento na nuvem (a título de curiosidade, cada sequenciamento ocupa até 500 GB de armazenamento). Dessa forma, os pesquisadores poderão utilizar ferramentas de analytics e machine learning para estudar as informações coletadas. De acordo com o Google, essa parceria permitiu que o custo de processamento para o DNA do Brasil caísse 90% em comparação ao que seria necessário para uma infraestrutura própria de data center.
Já em relação aos participantes do projeto, primeiramente será realizado o sequenciamento do genoma de 15 mil brasileiros, entre 35 e 74 anos de idade, que fazem parte do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA Brasil).
Essa é a maior pesquisa epidemiológica do país, financiada pelo Ministério da Saúde e CTIC (Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação), e conta com o apoio das Universidades Federais da Bahia, do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e da Fiocruz (RJ). Nesse estudo, o grupo foi acompanhado clinicamente desde 2008 e as informações genéticas coletadas agora serão incluídas no novo banco de dados do projeto.