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26 November 2024

Professor passou dia do crime na praia com assassinos, diz adolescente

Os dois apresentaram versões diferentes e responderão por latrocínio

Imagens de câmeras de segurança e o uso do aparelho de smartphone da vítima foram essenciais para a Polícia Civil chegar aos envolvidos no assassinato de Deodarkson Aparecido Rêgo Pereira, 45 anos, em Amaralina, no final de semana passado. O desempregado Nadson de Jesus Pepe, 19, e um estudante de 16 anos confessaram ter matado o professor de Química no apartamento dele, no dia 12 deste mês, no edifício Mar Azul, localizado na Rua Visconde de Itaborahy.

As câmeras instaladas em prédios vizinhos registraram o momento em que a dupla pegou um ônibus, momentos depois de amarrar, estrangular e roubar pertences da vítima, no início da noite de sábado.

Nadson ficou com o celular do professor e passou a usar o aplicativo WhatsApp após substituir a foto de perfil por uma dele. Os dois responderão por latrocínio. Nadson também foi indiciado por corrupção de menores.

Ele foi preso na quarta-feira, no bairro de São Gonçalo do Retiro. O adolescente que confessou ser coautor do crime foi apreendido e encaminhado para a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI).

Versões

Há duas versões para o caso. A primeira, relatada por Nadson, dá conta de que o crime foi motivado por um desentendimento entre os três. A confusão envolveria o pagamento de um programa sexual por Deodarkson aos dois visitantes, que seria de R$ 150.

Segundo o delegado Marcelo Sansão, coordenador da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), Nadson alegou que fora chamado pelo adolescente para ir à casa do professor, já que o rapaz já havia acertado o programa – os R$ 150 seriam divididos entre os dois. “Não tenho dúvidas de que o crime foi premeditado. Nadson conta que, dias antes do crime, foi convidado para ir à casa do professor e que o menor dizia que lá havia objetos de valor”, explicou Sansão.

Nadson teria matado professor Deodarkson junto com adolescente

Nadson diz que estava com o adolescente na praia da Barra quando foi convidado por ele para ir à casa de Deodarkson, no edifício Mar Azul, em Amaralina. “Apesar do acerto, ao chegar no apartamento, Nadson disse que somente o adolescente manteve relações sexuais com a vítima, que negou o pagamento, o que motivou o crime”, disse o delegado, ontem pela manhã, durante a apresentação de Nadson à imprensa, na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Pituba.Então, segundo a versão, Nadson imobilizou o professor, enquanto o adolescente amarrou os pés e as mãos da vítima. “Nadson foi quem esganou”, disse o delegado.

O corpo do professor foi localizado na quarta-feira, depois que um vizinho estranhou o cheiro que estava vindo de um dos apartamentos e chamou a polícia.

Após o crime, a dupla fugiu da casa levando um monitor de computador, relógio, celular, uma quantia em dinheiro e outros objetos de Deodarkson. As imagens obtidas pela polícia, que até ontem não haviam sido divulgadas, mostram os dois entrando em um ônibus com os materiais.

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   Nadson teria matado professor Deodarkson junto com adolescente

Adolescente Interrogado

Na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), o estudante deu outra versão sobre o ocorrido e disse que não houve acerto de programa e, além disso, não manteve relações sexuais com o professor. A delegada plantonista Patrícia Gandini afirmou que o adolescente foi apresentado a Deodarkson, há cerca de um mês, por um amigo em comum, na praia da Boa Viagem, na Cidade Baixa, e que os dois se falavam pelo aplicativo WhatsApp. Foi em uma dessas conversas que marcaram um encontro para a manhã do dia 12, no Porto da Barra.

“Ele disse que perguntou ao professor se poderia levar um amigo e a vítima sinalizou que sim”, explicou ela. Ainda conforme a delegada, “o adolescente já tinha ganhado uma bermuda e uma camisa do professor, que também já havia pago cervejas para ele”. No dia do crime, os três passaram a manhã toda na praia. “Beberam cerveja, comeram acarajé e cachorro-quente”, contou a delegada.

Por volta das 16h, segundo contou o estudante, eles foram para o apartamento do professor, onde tomaram banho.

“O adolescente disse que percebeu que Nadson ‘criou olho’ nos objetos da casa”, lembrou Daniela.  Em seguida, o menor teria sentido um mal-estar e retornado ao banheiro. Instantes depois, ele diz que ouviu o comparsa o chamando. “Quando saiu, ele viu Nadson dando uma gravata no professor e o mandou providenciar um fio para amarrar as pernas e braços da vítima. E ele fez: pegou uma faca e cortou o fio de um computador”, contou a delegada.

Por: iBahia