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21 November 2024

Projeto incentiva prática de ginástica rítmica na escola e descoberta de novos talentos

Fotos: Otávio Santos/Secom PMS 

O projeto Ginástica Rítmica na Escola, realizado pela Prefeitura de Salvador, tem levado o esporte atrelado à expressão artística corporal para crianças e adolescentes de escolas municipais da capital baiana. O aprendizado tem sido uma oportunidade de prática esportiva gratuita nas comunidades e de descoberta de novos talentos. As aulas ocorrem em cinco sedes: na Escola Municipal Senhor do Bomfim, em Plataforma; no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) da Polícia Militar, nos Dendezeiros; na Estação Cidadania de Itapuã, no bairro homônimo, e no Subúrbio 360, em Coutos.

A iniciativa já tem 16 anos de existência, começou a ser desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) e hoje é dirigido pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre). Ao todo, 170 alunas de iniciação à ginástica rítmica participam do projeto. Além desse time de iniciantes, 20 atletas de alto rendimento treinam no Subúrbio 360 sob a orientação técnica de profissionais especializadas, representando Salvador em competições municipais, estaduais e nacionais.

As aulas das turmas de iniciação ocorrem no contraturno da escola, às terças e sextas-feiras na Escola Municipal Senhor do Bonfim e às quartas-feiras no Cmei da Polícia Militar. Na Estação Cidadania de Itapuã, as aulas se estendem para toda a comunidade e ocorrem às terças e quintas, das 9h às 10h. Já o grupo de alto rendimento treina no Subúrbio 360 às segundas, terças e quintas-feiras, das 14h às 17h.

As atletas contam com a orientação técnica das professoras Tatiana Brandão da Silveira e Neidejane Rios Santos. De 2007 até o momento, cerca de 2,8 mil alunos, de 7 a 17 anos e de 23 escolas municipais diferentes, já passaram pelo projeto.

“Nas aulas para a turma de alto rendimento, a gente ensina questões técnicas corporais, tanto de aparelhos como de mãos livres, para que elas melhorem a flexibilidade, a força e possam aprender o manejo dos aparelhos. É uma aula muito específica para um nível mais avançado e várias delas se destacam. Nós temos alunas hoje que são professoras de Educação Física e de Ginástica Rítmica e outras disputando campeonatos regionais e nacionais, como é o caso de Fabiane, que representou Salvador no Torneio Nacional de Ginástica Rítmica no ano passado”, explica a educadora física e especialista na modalidade esportiva, Tatiana Brandão.

Tatiana conta que dá todo o encaminhamento para que possam seguir carreira e amar o esporte que praticam. “É importante trazer a ginástica rítmica para dentro de um contexto social de meninas carentes, que não tinham quaisquer condições de participar de atividades como essa, mas que estão indo agora por um caminho onde competem com meninas de escola particular e vivenciam muitas coisas com meninas que têm uma condição social melhor.  É algo que elas levarão para a vida delas e que eu amo fazer”, diz.

Representatividade – Aluna do projeto desde 2016, Fabiane Ferreira, 18 anos, conta como foi para ela disputar os torneios regional e nacional no ano passado. “Para mim foi algo novo e muito gratificante. No regional, em João Pessoa, eu fiquei em 2° lugar no arco e em 5° lugar no geral, me classificando assim para o Torneio Nacional, em São Paulo, no qual conquistei o 7° lugar no arco e 12° lugar na fita. Ficar entre as dez melhores do país no meu primeiro Campeonato Nacional no individual já foi uma grande conquista”.

Para a atleta, a prática da ginástica rítmica sempre foi uma paixão e até hoje ela é grata por ter entrado em uma escola que contava com o projeto. Aos 11 anos, começou a treinar dois dias na semana e no mesmo ano em que começou a praticar o esporte, participou de uma prova para entrar na seleção municipal de ginástica rítmica. A atleta lembra que não passou de primeira, mas a técnica continuou acreditando no potencial dela e deu uma chance para que começasse a treinar na seleção municipal.

“Eu nunca seria quem sou hoje como atleta e como pessoa e jamais teria conquistado o que conquistei sem o apoio das pessoas que acreditaram em mim e na minha capacidade desde o início. Através desse esporte descobri que posso ser muito mais do que imagino e que consigo conquistar muito mais do que penso, por isso sempre afirmo que o esporte transforma e muda vidas”, acrescenta Fabiane.

Se a intenção das professoras era despertar o amor pelo esporte na aluna, o projeto deu muito certo, pois Fabiane pretende cursar a graduação em Educação Física e dar continuidade ao projeto de motivação em outras garotas que têm o mesmo sonho de praticar a ginástica rítmica, como ela teve um dia. “Eu quero poder passar tudo que aprendi e fazê-las alcançar o que pude e não pude com a prática desse esporte maravilhoso”, afirma.

Para o secretário da Sempre, Junior Magalhães, o desenvolvimento dos atletas na ginástica rítmica mostra o quanto é importante a gestão fomentar a política municipal de esporte e lazer. “Com a prática esportiva, essas crianças e adolescentes adquirem o conhecimento sobre a ginástica e também aprimoram o senso de responsabilidade, respeito, pontualidade, entre outros valores importantes que são necessários para guiar os mais variados aspectos da vida”, avalia.

Reportagem: Priscila Machado/Secom PMS