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27 November 2024
Obra do Rio Vermelho/ Foto reprodução

Próximo do prazo de entrega obras do Rio Vermelho estão longe de acabar

Faltando exatos 33 dias para a tradicional festa de Iemanjá realizada no bairro do Rio Vermelho desde 1923, é necessário um grande esforço das máquinas e as dezenas de operários darão lugar ao mar de fiéis e a uma orla completamente revitalizada no dia 2 de fevereiro. De acordo com o prefeito ACM Neto, a requalificação das duas primeiras etapas da obra que abrangem a área do Largo da Mariquita até o de Santana  será entregue no dia 29 de janeiro. Porém, a sensação de quem passa pelo local é completamente diferente

Quem passa pela região desconfia nota que está e cima as comemorações na regi e que pelo andar da carruagem o que parece não dará tempo para completar a obra como o projeto, se for inaugurado na data talvez tenha um velho, “ armengue”.

Moradores se diz preocupados pois ainda falta muito.  Apesar de benefícios inegáveis para a cidade, a obra acumula desconfiança de comerciantes da região, através de entrevistas com moradores e comerciantes a um site local a comerciante afirmou, “Ainda tem muita coisa para fazer e toda hora eles estão errando, quebrando de novo e isso tudo atrasa”, reclamou. 

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Obras do Rio Vermelho

Orçada em R$ 70 milhões, a recuperação terá ainda a sua terceira etapa, entre Rua da Paciência e Avenida Oceânica. O projeto prevê a implantação de blocos de concreto Inter travado, recuperação de drenagem e construção de calçadas em concreto e piers com acesso ao mar. 

Comerciantes da região amargam prejuízo

Responsável por um dos mais movimentados bares do Largo de Santana, a comerciante Telma Santos assiste à obra de requalificação do bairro encarando as mesas vazias. “O movimento caiu muito devido a engarrafamentos e muita poeira. Não tem quem aguente”, afirma. Com o fechamento de algumas ruas, as áreas de estacionamento também escassearam. “Ai cai o fluxo. Ninguém vem mais como vinha antes. Não tem lugar para estacionar. Nem os carros para entregar mercadoria estão podendo mais encostar”, disse.

E as vendas não caíram só nos restaurantes da região. O ambulante Apolinário Silva, de 76 anos, teve que procurar outro sustento. “As vendas estão paradas. Não tem como trabalhar. Estou parado há seis meses e tive que procurar outra coisa”, contou.

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Rio Vermelho

Turistas e Devotos decepcionados

A tradicional Casa de Iemanjá, onde os fiéis depositavam presentes para a Rainha do Mar, deu lugar a um canteiro de obras. No lugar de flores e presentes, cimento e alvenaria. “Levei um susto. A casa está sem telhado e todas as oferendas foram retiradas. Entendo que a obra é necessária, mas o espaço poderia ter sido realocado”, opinou a turista carioca Teresa Silva, que se surpreendeu ao tentar visitar um dos seus pontos preferidos na capital baiana. 

Presidente da Colônia de pescadores Z1 e coordenador da tradicional festa de Iemanjá, Marcos Souza também está preocupado com os prazos e reconhece que o bairro perdeu, mesmo que temporariamente, um dos seus principais destinos turísticos. “Nesse momento em que está acontecendo essa obra, os devotos que procuram a casa de Iemanjá se decepcionam em não ter a possibilidade de ver a casa completamente reestabelecida”, explicou.

Apesar do receio, segundo Souza, os pescadores confiam no compromisso firmado com a Prefeitura. “Existe um cronograma apresentado pela Fundação Mário Leal Ferreira nos dando a certeza que, no dia 27 de janeiro, todo o andamento dessa primeira e segunda etapa da requalificação estará concluído, e a inauguração será no dia 29”, afirmou.

Lardo da Dinha- Rio vermelho/ foto reprodução

Lardo da Dinha- Rio vermelho/ foto reprodução

“O que ficar pronto vai ficar muito bem feito”

Procurada pelo Jornal da Metrópole, Tânia Scofield, presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, que é responsável pelo projeto, vistoriou o andamento da obra na tarde da última terça-feira (29). De acordo com ela, não existe o risco de os trechos não ficarem prontos a tempo. “A obra é grande, não é apenas pavimentação, de embelezamento. A gente está fazendo uma obra que tem uma durabilidade de, no mínimo, 25 anos. Foi uma obra muito grande, e está assegurada no dia 29 a inauguração”, afirmou, após a análise técnica. 

Segundo Scofield, a realização da festa de Iemanjá, que dá início a comemoração do Carnaval, e a qualidade da obra estão asseguradas. “Não corre risco de ficar meia-boca. O que ficar pronto vai ficar muito bem feito. O melhor assentador de pedra portuguesa é o que está lá”,garante.

Construtura “lutando” para entregar

Ao Jornal da Metrópole, o sócio gerente da Construtora NM , Nicolau Martins, afirmou que a obra teve inúmeros problemas com a Coelba e a Embasa, mas o prazo de conclusão “deve ser entregue”. “Nós estamos fazendo o esforço total para entregar do Largo de Santana até a Mariquita, que é a parte principal (…) estamos lutando para isso, apesar dos problemas”, disse aparentando menos confiança que Scofield. Ao morador do Rio Vermelho, cabe torcer para que as obras no bairro não tenham o mesmo destino do Aeroporto de Salvador, cujas obras são tocadas pela NM, mas, passados tantos prazos, já não contam com a paciência da população. De acordo com o Diário Oficial do Município, as três etapas da obra do Rio Vermelho custarão R$ 70 milhões.

Inf: Metro1- Click Notícias