Psicóloga alerta sobre riscos à saúde mental de vítimas do ‘cancelamento’
O cancelamento de celebridades e influenciadores na Internet já é algo corriqueiro e uma cruel realidade. Todos os dias pessoas são “anuladas” no mundo virtual, desencadeando consequências graves na vida real, como o surgimento ou agravamento da depressão, dependência química e ansiedade.
O movimento do cancelamento propõem a queda da fama e do alcance do artista, a perda de audiência e de seguidores nas redes sociais, além das rescisões de contratos trabalhistas por causa de atitudes ou posicionamentos tomados que estejam fora do politicamente correto ou aceitável por uma determinada comunidade ou pela opinião pública.
O movimento ainda promove o linchamento virtual, no qual os alvos são humilhados e xingados publicamente na internet. Celebridades como Luísa Sonza, Karol Conká e Carlinhos Maia são apenas alguns dos nomes que enfrentaram uma grande onda de ódio despejada por haters em suas contas nas redes sociais.
Desta vez, a baiana Sthe Matos é o principal alvo dos haters após sua participação polêmica no reality show ‘A Fazenda 13’, exibida recentemente na Record TV. A influenciadora compartilhou com os fãs que, após o confinamento, vem sendo atacada com mensagens de ódio em seu perfil no Instagram. “Nariz remendado”, “talarica”, “uma safada” e “feia” são apenas alguns do comentários enviados que estão mexendo com a cabeça da ex-peoa.
Em entrevista ao Varela Net, a psicóloga digital Juliana Calixto, que trata os efeitos da tecnologia no comportamento humano, explicou o que é o movimento do cancelamento, pontuou sobre as consequências do ato e orientou o que o cancelado deve fazer após ser linchando virtualmente.
“A minha crítica a respeito desse movimento é que, algumas vezes, a ideia pode até ser nobre, mas a execução pode apresentar graves problemas, incluindo impactos na saúde mental dos envolvidos. O cancelamento é muito mais do que apontar um comportamento inadequado para permitir que aquele que cometeu o erro aprenda e crie um novo repertório de comportamentos”, iniciou.
A profissional declarou que a prática está se tornando como um ‘bullying virtual’ e pontuou que “nada justifica a forma como essa prática vem acontecendo. O ‘cancelado’, muitas vezes, pode sofrer de severos impactos emocionais”.
Juliana alertou sobre os danos que o cancelamento pode causar à saúde psicológica do alvo. “O cancelamento pode atingir a saúde psicológica do afetado. Reforço que a cultura do cancelamento pode ser um dos fatores de risco para a saúde mental, podendo se tornar gatilho para o agravamento de transtornos mentais, desde sintomas de ansiedade, depressão, dependência química, dentre outros”, pontuou.
A psicóloga orientou que a rede de apoio, formada por amigos e familiares, é importante para que o alvo dos ‘haters’ possa lidar da melhor forma com a situação, por se blindar dentro de um ambiente de amor, empatia e compreensão. A drª ainda pontuou a importância de procurar o atendimento especializado com um psicológico para enfrentar situações como essas.
Foto: Divulgação
Varela Pnoticias