Putin convoca população russa para guerra e ameaça usar armas nucleares
Em pronunciamento, o líder russo falou que o Ocidente quer “destruir e dividir” a nação russa e, por isso, pode usar armas nucleares caso a soberania do país seja ameaçada: “Isso não é um blefe”
Presidente da Rússia, Vladimir Putin aterrorizou o mundo nesta quarta-feira (21) ao convocar a população para a guerra, sendo a primeira grande mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial. Em pronunciamento para toda a população, o chefe de Estado disse que o Ocidente quer “destruir e dividir” a nação russa.
O objetivo é convocar 300 mil cidadãos, que já tiveram alguma experiência militar, para a guerra contra a Rússia.
O líder russo ainda admitiu que pode usar armas nucleares caso a soberania do país seja ameaçada. “Isso não é um blefe”
Assista ao pronunciamento de Putin:
Putin prometeu que Moscou vai se defender com todo o seu vasto arsenal. “Não temos o direito moral de entregar pessoas próximas a nós para serem despedaçadas pelo carrasco. Não podemos deixar de responder ao desejo deles de determinar seu próprio futuro”, disse.
Mobilização parcial
Segundo Putin, só serão convocados para o serviço militar os cidadãos que se encontrem na reserva e, principalmente, os que serviram nas Forças Armadas, que possuam determinadas especialidades militares e experiência relevante.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, diz que o decreto prevê a convocação de 300 mil cidadãos. Todos os convocados para o serviço militar, antes de serem enviados às unidades, passarão por treinamento militar adicional. “O regime de repressão em toda a Ucrânia foi fortalecido da maneira mais severa. A política de intimidação, terror e violência assume formas bárbaras cada vez mais terríveis”, pontuou.
O presidente russo afirmou que as instruções sobre a mobilização já foram dadas ao Ministério da Defesa e, o mais rápido possível, será colocada em prática. A previsão é de que a movimentação comece nesta quarta.
Motivação
A medida extrema de Putin ocorre um dia após quatro regiões controladas por Moscou no leste e no sul da Ucrânia anunciarem que farão referendos para fazer parte da Rússia. As duas regiões separatistas do Donbas, Donetsk e Luhansk, juntamente com Kherson e Zaporizhzia, pretendem conduzir as votações nesta semana em um ato que tem a intenção de impedir as investidas ucranianas para retomar essas áreas.
Deste modo, caso a população aprove a anexação, Moscou passaria a considerar as quatro regiões como parte de seu próprio território, tornando uma agressão ucraniana a essas áreas um ataque à nação russa, e propícia a retaliações inclusive com armas nucleares.
Putin disse que seu objetivo é “libertar” a região do Donbass, no leste da Ucrânia. E afirmou que a maioria das pessoas que vivem em regiões sob controle russo não quer mais ser governada por Kiev.