Quadrilhas do Pix são condenadas até 46 anos por roubos e sequestros
Os membros das “quadrilhas do Pix” estão sendo condenados pela Justiça de São Paulo. Esses criminosos praticam sequestros e roubos de telefone celular para exigir senhas bancárias e transferir eletrônica e instantaneamente o máximo de dinheiro das contas correntes das vítimas.
Somente na última sexta-feira (17), juízes determinaram quatro condenações de autores desse tipo de delito em varas criminais da capital, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. As penas impostas aos réus variaram de dez anos a 46 anos de prisão em regime fechado.
Os ataques às vítimas são tipificados pela Polícia Civil como roubo, extorsão e também como associação criminosa, quando mais de três criminosos agem juntos.
A Secretaria Estadual da Segurança Pública chegou a informar à imprensa que essa modalidade de crime através do Pix cresceu 39,1% de janeiro a julho deste ano em comparação com igual período do ano anterior. A Pasta não detalhou, entretanto, quantos casos envolveram essas quadrilhas.
Segundo a desembargadora Ivana David Bariero, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, esses crimes viraram uma febre, as quadrilhas estão assolando a sociedade, colocando as vítimas em risco de morte, e os juízes levam tudo isso em consideração, impondo penas rigorosas aos criminosos.
A desembargadora observou que trata-se de um crime seríssimo, no qual os ladrões agem o tempo todo, inclusive em plena luz do dia, abordando, sequestrando e colocando armas na cabeça das vítimas, obrigando-as a abrir o aplicativo e fornecer a senha bancária na hora para transferir dinheiro.
Na última sexta-feira, a juíza Vivian Brenner de Oliveira, da 17ª Vara Criminal, condenou Rene e Wallace a 37 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de roubos e extorsões. Higor, por estar armado e ser o mais violento, foi condenado a 46 anos e seis meses. Para a magistrada, as vítimas correram risco efetivo de morte.
O trio de criminosos manteve uma comissária refém, junto com o namorado dela, até transferir toda a quantia de R$ 1 milhão que estava bo aplicativo do celular dela.
Também na sexta-feira, a juíza Sirley Claus Prado Tonello, das 27ª Vara Criminal, condenou Jonathan Porfírio da Silva, 21, à pena de 14 anos e seis meses pelos crimes de roubo e extorsão. Em 10 de julho, ele e um comparsa foragido atacaram um casal em um carro no bairro da Mooca, zona leste.
Os pagamentos bancários via Pix foram lançados em outubro do ano passado e o funcionamento teve início no mês seguinte. Diante de uma série de golpes aplicados utilizando o sistema, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) pediu ao Banco Central que os valores das movimentações sejam limitadas a R$ 500 por mês por medida de segurança. O Banco Central e contra a proposta.
As quadrilhas do Pix mataram duas vítimas durante assaltos em São Paulo em menos de um mês. No último dia 15, o gerente comercial Lucas do Valle, 29, neto do narrador Luciano do Valle, teve o telefone celular e o carro roubados e foi baleado na cabeça por um ladrão.
Com informações do Portal Uol.