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27 September 2024

‘Querem o partido para fazer coisas não éticas’, diz presidente do PSL sobre crise com Bolsonaro

BRASÍLIA – Um dia depois de ser surpreendido pela fala do presidente Jair Bolsonaro de que está  “queimado” em seu estado, o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar , avaliou que Bolsonaro está sendo “mal aconselhado” e que advogados querem comandar os recursos do fundo partidário para fazer “coisas não éticas”. Em entrevista ao GLOBO, Bivar disse haver um grupo capitaneando o presidente. “O que há é um grupo capitaneado por duas ou três pessoas, um juiz desempregado, uma advogada rapina, que querem dinheiro. É tão ruim eu discutir sobre isso. Isso é o que menos importa para mim e para o presidente. Essas pessoas, sorrateiramente, cujo objetivo é outro, estão nisso. Acho que o presidente não deve estar sendo bem aconselhado, porque estão vendendo ele como se fosse propriedade deles para forçar uma participação de domínio no partido e fazerem coisas que não são éticas”.

Confira a íntegra da entrevista

A última declaração do presidente de que essa crise no PSL se trata apenas de uma briga de marido e mulher é uma tentativa de amenizar a crise?

O presidente é um homem altamente intuitivo, e eu o admiro pela sua intuição. Acho que ele é um patriota como eu, e acho que não pode levar tensões que prejudiquem a qualidade do governo.

O senhor pretende alterar o comando do partido e entregá-lo ao presidente?

Não. O presidente nunca me falou sobre isso, pessoalmente. O que há é um grupo capitaneado por duas ou três pessoas, um juiz desempregado, uma advogada rapina, que querem dinheiro. É tão ruim eu discutir sobre isso. Isso é o que menos importa para mim e para o presidente. Essas pessoas, sorrateiramente, cujo objetivo é outro, estão nisso. Acho que o presidente não deve estar sendo bem aconselhado, porque estão vendendo ele como se fosse propriedade deles para forçar uma participação de domínio no partido e fazerem coisas que não são éticas.

O que são essas “coisas não éticas”?

O fundo partidário é da bancada, e eu tenho que preservar isso. Eu não posso me dobrar a contratos e ofertas de serviços que não representem realmente nenhum processo. Isso realmente cria um desconforto. Os interesseiros do partido gozam de um relacionamento com o presidente e acham que, com isso, eles vendem esse falso poder para vender serviços ao partido. Não vão ter.