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27 November 2024
Foto: Agência Câmara

Relator afirma que pode antecipar texto sobre Cunha

O relator no Conselho de Ética do processo que pode levar à cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), afirmou nesta segunda-feira (9) que deve antecipar a apresentação do relatório preliminar pela admissibilidade ou não do processo. O prazo oficial termina no dia 19 de novembro. “Talvez, se eu conseguir terminar, entregue o parecer no começo da semana que vem. Ou quem sabe, até o fim desta semana”, afirmou Pinato. O relator disse que deverá se reunir nesta terça (10) com o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), para conversar sobre os prazos. Caso o deputado do PRB conclua o documento antes, a ideia é antecipar a sessão do colegiado para apresentação oficial do relatório, marcada por Araújo para o próximo dia 24. Pinato, porém, evitou mais uma vez antecipar sua avaliação, para não ser acusado por Cunha de suspeição. “A sociedade cobra uma resposta, mas não podemos vacilar com nenhuma questão jurídica”, defendeu. O parlamentar afirmou que nenhum emissário do presidente da Câmara o procurou até agora, nem realizou qualquer tipo de pressão contra ele. Aliados de Cunha preparam uma série de medidas protelatórias para atrasar o processo de cassação dele no Conselho de Ética da Casa. A ideia é usar todos os artifícios possíveis para garantir os votos necessários em favor da absolvição do peemedebista no plenário. Um deputado próximo a Cunha chegou a afirmar que o trâmite do processo pode se arrastar por até dois anos, bastando que os aliados do presidente da Câmara assim o queiram. O presidente da Câmara disse que cada um pode ter sua opinião sobre sua permanência no cargo e declarou não estar preocupado com as pressões. “Não estou preocupado com clima de chuva ou sol. Vou continuar presidindo a Casa”, resumiu. Ele afirmou que é possível que seus advogados apresentem antecipadamente sua defesa no Conselho de Ética, mas não decidiu ainda se irá pessoalmente ao colegiado. “Não me preocupo com nada, me preocupo em fazer uma boa defesa para que todos possam ter a convicção de que eu falei a verdade”, disse.

Por  Igor Gadelha e Daiene Cardoso/Estadão Conteúdo