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Segundo ele, 40% das atividades da enfermagem são “demandas não assistenciais”, como ajudar o paciente a regular o ar-condicionado, fornecer a senha do Wi-Fi, informar se o acompanhante terá direito à refeição e os horários do estacionamento.
“Eles serão uma espécie de concierge, que presta informações. Os robôs já têm esse papel em hoteis. Os hospitais são estruturas muito complexas e os robôs podem mapear o local e acompanhar as pessoas pelo prédio, além de fornecer outros dados”, explica.
Diferentemente dos robôs convencionais, os humanoides possuem inteligência artificial que funciona por meio de software similar aos assistentes virtuais Siri (Apple) e Cortana (Microsoft). O software permite que eles compreendam perguntas e escolham respostas adequadas para cada ocasião, mantendo diálogos naturais.
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Os humanoides escolhidos para trabalhar em hospitais são o Pepper e o Cruzr, de acordo com Boeger. O Pepper foi o primeiro robô humanizado a ser produzido em série. Ele se comunica, sendo capaz de interpretar as emoções das pessoas. Por esse razão, foi chamado de “robô com coração”. É fabricado pela empresa japonesa SoftBank.
Mas esse lado “emocional” do robo humanoide ainda não será aproveitado em seu primeiro trabalho no hospital.”Como será a primeira entrada dos robôs humanoides na área da saúde, queremos testar a aceitação das pessoas. A maior parte das perguntas que as pessoas fazem aos robôs não são técnicas, são coisas do tipo ‘qual o seu nome?’, o ‘o que você pode fazer?’. É algo muito novo”, afirma.
Já o ponto alto do robô humanoide Cruzr, que dá apertos de mão e abraços, é sua grande capacidade de locomoção. Ele mapeia o ambiente para evitar obstáculos. É fabricado pela empresa chinesa UBTech.
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Boeger ressalta que o uso das máquinas não tem a pretensão de substituir a tarefa dos enfermeiros. “Ninguém vai chamar por uma enfermeira e aparecer um robô. Não se pretende substituir nenhuma função técnica. A premissa é: ele tem que complementar as atividades preexistentes”, diz.
Segundo ele, o único país que já aderiu à tendência é o Japão. Não há previsão para o uso dos humanoides em hospitais brasileiros.
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