Saiba como expulsar o mosquito da zika da sua casa
Há 25 dias, desde que a notificação de casos de gestantes com manchas vermelhas na pele se tornou obrigatória, o Estado do Rio já recebeu 341 registros de grávidas com suspeita de zika. Em média, 14 casos a cada 24 horas. Até o momento, quatro tiveram o diagnóstico confirmado, mas ainda não se sabe se os fetos apresentam microcefalia. Apesar disso e dos alertas das autoridades de saúde, muita gente ainda não se mobilizou para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite além de zika, dengue e chikungunya, de casa.
Agente de saúde participa de ação para eliminar focos de mosquitos no Morro Santa Marta, em Botafogo
Agente de saúde participa de ação para eliminar focos de mosquitos no Morro Santa Marta, em Botafogo Foto: Fabiano Rocha / Extra
Nesta sexta-feira, cerca de 20 agentes da Secretaria municipal de Saúde do Rio percorreram casas do Morro Santa Marta, eliminando focos do mosquito. A ação na comunidade de Botafogo, na Zona Sul, foi a primeira de uma série de mutirões planejados pela prefeitura: hoje, os agentes estarão no Morro da Providência e, na semana que vem, irão a Madureira e Santa Cruz.
Pequenas ações podem ser efetivas no combate aos focos. Segundo Cristina Lemos, superintendente de Vigilância em Saúde da secretaria, é fundamental fazer uma vistoria em casa pelo menos uma vez por semana.
Agentes de saúde participam de ação para eliminar focos de mosquitos no Morro Santa Marta, em Botafogo
Agentes de saúde participam de ação para eliminar focos de mosquitos no Morro Santa Marta, em Botafogo Foto: Fabiano Rocha / Extra
— Os ovos do mosquito sobrevivem por muito tempo inertes em locais secos e, ao entrar em contato com a água, têm um prazo de evolução de sete dias. Por isso, uma vez por semana é preciso eliminar qualquer foco de água parada dentro e fora de casa — explica ela, que recomenda instalar telas nas janelas ou mantê-las fechadas no fim da tarde.
Madureira em alerta
O levantamento da prefeitura que mostra a infestação pelo mosquito Aedes aegypti nos imóveis acendeu um sinal de alerta na região da AP 3.3, que compreende Madureira e adjacências. Nessa área, foi encontrada a maior concentração de focos por domicílio. Nesta sexta-feira, na UPA de Madureira, a dona de casa Indaya Ribeiro, de 47 anos, buscava atendimento. Moradora de Turiaçu, ela relatava sintomas da doença, que também atingiu pessoas próximas:
— Estou com coceira, mal-estar e dores nas articulações há quatro dias. Soube que um conhecido do meu marido faleceu na madrugada de ontem (anteontem) com zika. A gente fica preocupado.
Com o teste que confirma a zika nos cinco primeiros dias da virose sendo oferecido apenas a gestantes e bebês com microcefalia — na rede privada, ele custa cerca de mil reais — a maioria dos diagnóstico é feito com base nos sintomas.
Luísa teme que a filha contraia zika: “Minha irmã já teve”
Luísa teme que a filha contraia zika: “Minha irmã já teve” Foto: Roberto Moreyra / Extra
Foi o caso de Larissa Ponti, atendente de loja em um shopping de Irajá. Ela e colegas de trabalho adoeceram na última semana.
— Os médicos não me deram uma resposta concreta. Disseram que podia ser zika, dengue ou virose — conta.
Luísa Guimarães, moradora de Rocha Miranda, afirma que sua irmã contraiu zika na última semana:
— Fico preocupada principalmente pela minha filha pequena, que tem 1 ano.
Apenas na cidade do Rio, a Secretaria de Saúde registrou, entre outubro e a primeira semana deste mês, 419 casos suspeitos de zika. Destes, 85 foram confirmados após testes sanguíneos.